segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sobre um Apaixonado por Aviação

   Este vídeo foi enviado pelo Nedio Marques da Rocha, índio de São Pedro do Sul - RS, agora feliz proprietário  de um Mistral, faceiro que nem mosca em tampa de xarope, com o novo brinquedo.

   Vale a pena ver.

http://www.youtube.com/watch?v=Jlv8TFMDhu0

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

NATAL

   Meio atrasado aqui vai o meu desejo de um Natal Feliz e um 2013 melhor ainda a todos!
   Céu de brigadeiro, pila no bolso para a manutenção, saúde física e mental (para não fazer cacaca em voo ... kkkk)!
   Ah, e uma boa companhia, para completar ... Pode ser bonitinha, simpática e, se gostar de avião, aí, nem precisa a gente ir pro Céu!
  

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

São Borja e Chácara

O aeroclube de São Borja está em pleno ressurgimento. Parece que, se não me falha a memória nem me pisca a vista, são doze alunos voando direto ... Aqui um deles. Gurizada: cuidado pra não se perder e dar com os costados no outro lado do rio Uruguai. Los hermanos argentinos podem se invocar e furar o tequinho a bala ...

Estava o escrevinhador retocando umas fotos no computador quando, sem mais nem menos ouvi um ruído estranho. A patroa veio avisar que havia uma "pandorguinha" taxiando pelo potreiro ...

Era o Arno, com outro dos trikes que ele mesmo constrói. Ofereci uns pedaços de melancia gelada, devidamente aceitos por ele e o amigo que voava junto. Aqui, com nível de líquidos no arco verde lá se vão eles.
Obrigado pela visita e a porteira está sempre aberta, como aberto pode estar algum buraco de zorrilho ou tatu. Sempre dá uma conferida antes de pousar. Esse bicharedo, agora, no verão, anda meio agitado. Ainda mais que agora estou sem cusco grande na chácara, pois a Fera e o Rambo foram mortos numa mesma noite por uma cobra cruzeira.
Não tenho vergonha de dizer que o velho manicaca volta e meia chora ao relembrar dos companheiros que se foram.

A Fera, por ter sido criada por nós, pelo seu carinho, docilidade, lealdade, então, deixou um baita vazio em nossos corações.
Na última foto, ela, a Fera, abraçando o dono pelos 60 anos.
Perder um bicho desses machuca qualquer um que tenha amor pelos animais.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Comentários Rápidos sobre Debates Longos ...

   No Forum da ABUL estão desperdiçando um tempão sobre Voo Instrumento, Parafuso Chato, etc.

   Este humilde "Lambe-Lambe" vem declarar, sob as penas da Lei:

 1- Aviação Leve não é aviação de transporte, executiva, etc. É para voar quando dá, não para se meter em camadas "à la loca". Quer ir longe, vá com gente profissional, treinada para isto, em aviões equipados, com comandantes habituados e conhecedores dos trajetos, rotas, aeroportos, clima, essas variantes e outras. Ah, é muito mais barato e quase sempre tem, ao menos, uma aeromoça bonita ...

  2 - Três, quatro, cinco, sete mil horas de voo não dá para se dizer que seja coisa de "quem voa muito". Voar muito é para quem faz setecentas horas por semestre, etc.

   3 - Eu já saí bem de muitas camadas. Mas tão bem, que nem entrei ... E tomara que continue com essa precaução. Já tive sete panes. Imaginem só uminha "guardado". Numa delas pousei de dorso, em canard, se é que me entendem ...

    4 - Para cada mil dólares que gastarem em parafernália eletrônica, gastem dois mil com aulas práticas com gente realmente capacitada.

   5 - Já entrei em parafuso chato: estava com as idéias embaralhadas, a cabeça em parafuso, como sou um chato ..., parafuso chato.  Mas em casa. No ar, tb. acho que a melhor forma de sair, é não entrar.

   6 - O estol mata pois, não sei porque cargas dágua inventaram que circuito de tráfego, curvas para perna-base, para reta final, etc., devam ser feitas a velocidades perigosamente próximas da velocidade de estol em VLRHN. Na perna do vento, estamos com vento de cauda, fazemos curva de média a baixa velocidade. Já devem ter ouvido falar de mortes nesse ponto. Idem para chegada à reta final. Fico até com as unhas arrepiadas quando vejo CAP-4, avião  pesado em relação ao motor 65, girando curvas a 60 milhas, quando seu estol em linha reta nivelada é previsto para 47 milhas. E normalmente quem mais faz estas curvas são pilotos iniciantes, vigiados por instrutores que estão entre 100 e 200 horas, o que, convenhamos, é muito pouco.

   7 - Estamos falando em aviação desportiva, amadora, leve. Quando desejarem, pulem para a outra, a profissional e, muitos e bons voos, mas com treinamento, experiência e, como dizer, cultura aeronáutica. Isso se adquire, não na farmácia da esquina ou  shopping. É na convivência com gente que já voava muito antes de nós. Não adianta achar que os velhos estão ultrapassados. Podem estar, mas se estão velhos, sabem como os pássaros voam ... Ah, nunca vi passarinho entrando em nuvem.

    E mais não digo, por que nada me pagam para escrever neste blog, criado por mim próprio, para lembrar coisas que interessam a mim mesmo ...

  

domingo, 2 de dezembro de 2012

Para os Manicacas



   Quando vocês tiverem um milésimo dos reflexos e coordenação  deste comandante, aí vocês serão comandantes ...

   Já que estou com o teco esgualepado, o jeito é me consolar olhando o voo dos outros. E que voo!

Motor Continental C90 à Venda

   O Frizzon, de São Borja tem um.
  Interessados, contatar com o Lambe-Lambe, pelos comentários ou e-mail. Aí passo o fone do Frizzon.
   Não levo comissão, o que é uma pena ... pois "jo estoy matando perro a gritaço!" ...

Ultraleve Paulistar à Venda

Recebi este e-mail do Nedio e me autorizou a publicar.
Eu, Lambe-Lambe, se tivesse os pilas, acho que comprava. Mas ainda nem consegui os trocos para recuperar o Kitfox ... Pobreza me irrita ...
 
 
Olá meus amigos, tenho um amigo que tem um Paulistar pra vender

Motor VW 2180CC com menos de 200 horas (2 velas por cilindro)

Radio Aeronáutico (grande) ICON

TRICICLO

Gps Garmin 55

INTERCON (novinho)

Arranque elétrico

Altímetro

Velocímetro

Climb

Conta giros

Temp Cabeça Cilindro

Temp Óleo

Horímetro

Strobo

Farol

Linda Pintura

O Preço tá de barbada

R$30.000,00

Tá aqui no RS

Vamos deixar claro, não tem comissão e negocia direto com o colega
 

 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Bruxa Está Voltando

   Este blog era para ser apenas sobre amenidades, humor, crônicas, histórias, estórias, etc.

   Como a vida humana é muito mais importante, tenho que sair do rumo principal e falar sobre os recentes acidentes fatais que temos enfrentado.

   Semanas atrás, em Santa Catarina, avião cai no mar, ocupantes saem ilesos e dois morrem afogados logo depois, escapando apenas o menino de doze anos.

   Voar sobre água sem o colete salva-vidas é uma temeridade. Use qualquer tipo de colete, barato, caro, sofisticado, simples, mas use. Se não tever colete, leve um garrafão de água mineral, desses de três litros, várias garrafas pet, qualquer coisa que flutue. Não imaginam a preciosidade delas numa emergência.

   Há anos publiquei uma foto minha voando no litoral catarinense, com um colete que fora de minhan filha quando criança. Fiquei parecendo uma velhota de sutiã dos antigos ... Não precisei, mas se precisasse, garanto que me ajudaria e muito.

   Doutra feita, para atravessar o Guaíba, coisa de 5 km, se tanto, além do colete, levei um galão de óleo vazio e bem fechado, amarrado a uma linha de pesca, para atuar como localizador do Netuno, se desse uma pane na água. Um colega perdeu um ultraleve porque nunca mais conseguiu localizá-lo.

   Nunca esqueçamos a Lei de Murphy: "Se pode dar errado, vai dar errado." Não dá para contar com a sorte, apenas. Precisamos ajudá-la.

   Com relação ao Kitfox, com motor Fusca, pode ser que a hélice fosse de fibra e não houvesse redução. Assim, o calor do virabrequim vai direto para a fibra, superaquece e, pronto, derrete-se o cubo da hélice. 

   Como sabem, tenho sete pousos fora e, felizmente, sempre saí ileso. Claro que a sorte ajudou, mas, quando o ventilador pára,a primeira coisa que faço é manter a velocidade e a segunda é ajustar bem os cintos. Depois, se der tempo, faço o resto, como escolher pista, tentar resolver a pane, desligar elétrica, fechar seletora, mas isso de nada adianta se a gente não está mais voando.

   Na pane, ajuste os cintos e mantenha a velocidade antes de mais nada.

   Mentalize a variante da lei de Murphy: "Se pode dar certo, vai dar certo".

   É difícil, mas concentre-se tanto no voo, que você não terá tempo de pensar em coisas ruins e se estressar.

   Aqui no Rio Grande há o ditado: "Não tá morto quem peleia!"

   Concentre-se na peleia pelo voo, faça qualquer coisa, mas faça. Decida qualquer coisa, mas decida. Não cristalize nem grite pela mãe. Ela dificilmente ouvirá.

   Se não puder resolver a pane, se não puder fechar seletoras, desligar magnetos, essas coisas, paciência.

   O que importa é chegar ao solo em atitude de voo, planado e lento, se der. Não tente esticar o planeio, cabrando, só porque ali na frente tem um campinho que parece mais amigável. Chegar na paralela com o solo é o ideal. Angulos retos só são importante em trigonometria, não em pouso de emergência.

   Espero que nunca mais sofra pane, mas, não estou falando sem conhecer  o assunto  na prática , como os famosos pilotos de mesa.

   O que estou falando já me salvou e espero que ajude a salvar mais amigos.




  

Andando pelo Rio Grande

Andando pelas bandas de São Borja, Maçambará, meio que pela divisa com S. Francisco de Assis, a gente ainda encontra um processo de desertificação. Está sendo combatido com outro tipo de deserto, o verde. Pode se ver o "reflorestamento" com eucalipto. E agora? Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come ...


Mas a essência do gaúcho permanece. Final de tarde, na lida campeira, passando ao lado do túmulo dalgum taura peleador nas intermináveis guerras da fronteira gaúcha.
 

Esse o "teco" do Frizzon, presidente do aeroclube de São Borja, que está numa baita luta para reerguer a entidade. Beleza de Cessninha!

Ao fundo o brasão do Aeroclube de São Borja.

Beleza de CAP 4. Todo reformadinho. Até dá vontade de fazer o PP de novo ...

Olha o capricho do interior.


O Frizzon, de vermelho, parabenizando o Alex Cruz, pelo recente cheque para Piloto Comercial. Pena que não pude ficar pro churrasco. Alex, me deve essa ...



domingo, 4 de novembro de 2012

Recomeçando os "avoos"

   Como vocês já sabem "assucedeu-se" um incidente aeronáutico com o Kitfox, quando a ponta de eixo resolveu quebrar-se e ver se eu conseguia fazer o pouso com um pneu só, mas sem saber que havia perdido o dito.
   Deu a lógica.
   Pilonei.
   Agora, depois que acalmou-se a história da candidatura a vereador, onde o povo deu provas de que sabe votar muito bem e me deixou de fora ... vou voltando com os escritos ...
   Fazendo um parêntese: dos três únicos candidatos a vereador com curso superior, sabem quantos se elegeram aqui: nenhunzinho.           
   Inclusive este escrevinhador.
   Tinha até gente que no horário político se gabava de ser semi-analfabeto, outro vangloriando-se de que não tinha cultura e por aí a fora.
  Tive vontade de devolver o diploma de bacharel em Direito, cancelar a OAB, o CRECI, o brevê. Afinal, para que serve preparo aqui nestas bandas?
   Mas, voltando aos assuntos aéreos:
   Sabem por que pilonei?
   Les conto, como diz o Deoclécio:
   Foi trocado o sistema de freio a lona para freio a disco.
   Saliento que essa troca não foi feita sob minha propriedade, nem supervisão.
 Para que se acomodassem o disco, as pastilhas, etc., foi necessário alongar a ponta de eixo.
   Um fatorzinho de risco.
   Alongado o eixo, verificou-se que os rolamentos eram pouco menores no diâmetro interno. Que se fez?
    Torneou-se o eixo, tirando coisa de um, dois milímetros de material, num eixo já alongado.
    Outro fatorzinho de risco. Somado ao primeiro.
    Ao tirar-se o material, não se torneou em cone ou em curva: fez-se a mera diminuição de material em ângulo reto.
    Fatorzão de risco, que só um criança não vê.
   O fatorzão, mais o fatoresinhos, encaminhavam tudo para a cacaca.
  E ela veio. Demorou, milagrosamente, mas veio e comigo no tequinho ;...
   Não estudei engenharia, não sou mecânico, mas o bom-senso indica que não se poderia cometer três erros em cadeia sem que houvesse cacaca.
   Por que será que tudo quanto é ponta de eixo automotiva é cônica? Para aumentar a resistência, lógico.
   E como é que um mecânico ou engenheiro de aviação me faz uma coisa desse tipo? Alongar ponta de eixo, tirar material e, para completar, tirar de forma errada?
   Às vezes me dá vontade de largar tudo e entrar numa escola de mecânica, engenharia, sei lá. Garanto que esse tipo de coisa não faria.
   Poderia até fazer pior, mas esta foi de matar o guarda, ou esguaslepar piloto pobre de guaiaca ...
   Desculpem os bons mecânicos e engenheiros, mas detonei um rico aviãozinho, podia ter me quebrado ou ido voar lá em cima, por causa de comodismo ou erro injustificável de alguém que, ou não tem capacitação, ou tem, mas, pior, é preguiçoso e preferiu o caminho mais curto da gambiarra...
   Ainda bem que os bons são maioria, como diz a propaganda.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Amigos São a Maior Riqueza

Como todos já sabem, estava querendo pousar, quando, ao tocar o solo, com suavidade, o eixo do trem esquerdo partiu-se e o avião inclinou-se violentamente para a esquerda. Este manicaca, sem saber o que estava acontecendo, e achando que fosse por causa do vento, deu um motorzinho, realinhou o avião para pouso e veio para o famoso "estol controlado tocando o solo". Aí, quando o Kitfox tocou de novo, sem a roda esquerda e sem sustentação, a cobra fumou e deu-se a encrenca. Se eu tivesse visto o pneu correndo coxilha acima, teria arremetido, feito um pouso numa roda apenas e só tocar a esquerda, quando estivesse quase parado. Da próxima vez coloco um alarme de aviso para pneu fujão ...

Bueno, tudo tem suas vantagens.

Com esse incidente, fiquei num baita prejuízo material, mas num en...
orme lucro emocional e afetivo.

Os amigos de São Gabriel, sabedores de que o Kitfox era o sucesso da Campanha Eleitoral aqui de São Vicente do Sul e de que a campanha do Barbosa Lambe-Lambe precisava do "avião da buzina", resolveram dar uma força.

Se vieram com um RV-7 ( ou seria RV-9?) do Adriano - novinho em folha e deram um show para a população vicentense.

Adriano e Rodolfo - sem palavras para agradecer.

O pessoal da cidade sabe o quanto me emocionei com a demonstração de amizade de vocês.

Não tenho vergonha de dizer que, enquanto percorria as ruas com o carro de som, falando sobre o passeio aéreo a ser realizado, sobre o valor da verdadeira amizade, por diversas vezes o "velhinho" se emocionou e teve que interromper o convite, com a voz embargada pelo choro.

Aqui já falei que essa eleição eu não perco mais.

Posso perder a vaga na Câmara.

Mas não perco a maior riqueza que possuo, que são os amigos verdadeiros, que te estendem a mão quando tu mais precisas.

Nas horas difíceis é que a gente conhece aqueles que são amigos de verdade!

O Patrão lá de cima há de proteger vocês em todos os voos!

E quando, daqui a muito tempo formos chamados para o voo mais longo de todos, e acho que pela idade eu vou antes, estarei com o meu Kitfox, mesmo sem o trem esquerdo (no Céu isso é possível), no portão de São Pedro, para entrarmos em formação, com o RV flapeado, voando lento e recebendo o aplauso dos milhões de companheiros pilotos que sempre abriram seu coração para os que estavam em apuros!

Muito Obrigado, do fundo do coração!!!!!!!!!!!!!!

Como diria o Milton Nascimento:

"Amigo é coisa pra se guardar

No lado esquerdo do peito! ..."

domingo, 2 de setembro de 2012

Velocidade e vida

Prezados Amigos:

   Qualquer um de nós pode cometer erros e já cometeu. Mas em aviação tem erros que cobram o supremo preço.
   Quantas vidas seriam salvas se o circuito de tráfego fosse feito com um pouco mais de velocidade.
   Nos aeroclubes a gente é treinado a fazer curvas de média, no circuito, a 60 milhas, em aviões de estol a 47 milhas.
   O estol a 47 milhas é para avião nivelado, etc.
   Numa curva, quanto de sustentação se perde? Quanto eu não sei, mas que se perde, se perde. Aí, basta uma rajadinha de vento, um descuidinho e estamos no estol.
   Vivo falando, deixe para diminuir tanto a velocidade na reta final.
    Fazer curvas em aviões de pouco motor (Boeiro é clássico exemplo) com sessenta milhas, a baixa altura, é associação com donos de funerárias.
   Em vez de treinamentos para saídas de quedas de asa, parafusos, vamos treinar para nunca entrar em quedas e parafusos!
  Faça o circuito um pouco mais longo, mas faça as curvas com cinco milhas a mais do que as "exigidas".
   Se você chegar muito veloz à pista, dá para arremeter. Se a pista for longa, nem isso é preciso.
   Se você estolar, nenhuma pista, nenhuma arremetida.
   Avião precisa de velocidade para voar.
   Isso é básico e salva vidas.


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sem Cavalo, de Novo

Foi falar em campanha, etc., vejam o que se sucedeu. Procurem a roda do trem esquerdo. Nunca ouvi falar em eixo quebrando, mas o meu, se foi. Acho que consegui me sair bem, pousando com um trem só, com vento de través e sem saber que a roda tinha fugido do avião ...
Pilonei quase parado, mas não havia o que fazer. Tô "de a pé de novo". Agora, é correr atrás do prejuízo.
O pior é que o Kitfox estava fazendo o maior sucesso na cidade. A criançada e os próprios adultos aguardavam o avião da buzina com ansiedade.

Mas ele cumpriu muito bem o seu papel de criar a expectativa em roda do nome do candidato Vilsom Barbosa. E que vou me eleger, podem anotar. Com quantos votos? Como é que vou saber?
 

domingo, 19 de agosto de 2012

Comunicação

Meus três leitores:

   Como devem ter notado, tenho postado poucas matérias. Acho que já falei, mas falo de novo, sobre o que inventei de fazer.
    Não é que sou candidato a vereador aqui? Apesar de São Vicente ser pequena, o trabalho para um sujeito, que morou quarenta anos fora, se eleger é quase igual ao do candidato a presidente da república. Não tenho tempo nem de me coçar.
   Depois de 7 de outubro, prometo que volto a torrar a paciência de todos.
   O Deoclécio manda dizer que se eu perder, vai me dar uma surra de relho oito tentos e salgar meu lombo, só para aprender a fazer uma campanha bem-feita ...
   Se tudo correr bem, chego lá, mas urna é a legítima caixa de surpresa ...
   Um abraço e boa eleição para  mim próprio!!!!!!!!!!

domingo, 12 de agosto de 2012

Falta Um



Vilsom Jair Barbosa

Um homem meio calado;
Índio meio introvertido;
Sem estudo, mas sabido,
Pois foi na vida escolado,
Na Bíblia alfabetizado.
De memória prodigiosa,
Embora curto de prosa,
Com burrice, impaciente
No retruco, inteligente.
Seu nome: Hilário Barbosa.

Dizem que sou o espelho,
Quase igual na aparência.
Tomara que na consciência,
Eu seja igual ao meu velho.
Sempre um sábio conselho:
"Só se levanta quem cai."
O tempo passa e se vai,
A gente ganha experiência;
Como é doída esta ausência;
Que falta me faz meu pai!

Palma 12 de agosto de 2012.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Largas Horas



Largas Horas

E todo o velho será chorão, decretou-se em tempos imemoriais.
E todo o verdadeiro pai sentirá o peso da saudade e da ausência.

Muitas vezes o poeta plagia nossas emoções, dores e alegrias. Quantas e quantas vezes o artista diz exatamente o que diríamos. Todos somos artistas, mas quase todos temos vergonha de ser.

Volmir Coelho com seu "Poema Rabiscado" consegue expressar com exatidão o que um pai sente pelo filho ou filha.

Cada vez que ouço, não tem como escapar: as lágrimas rolam, rolam, rolam.

E me prende a imensa vontade de voltar quase trinta anos no tempo.

Andava este artista, fotógrafo e chorão pelos distantes campos do Rio Grande, quando em Porto Alegre uma guriazinha esperava com ansiedade o dia de seu quarto aniversário.

Chegado o tão esperado aniversário, ainda andava seu pai envolvido com fotos e vendas.

Diz a mãe que desde cedo, quando havia barulho de elevador parando no andar ou passos no corredor, lá ia o toquinho de gente abrir a porta para abraçar o pai.

E o pai vendendo, viajando, fazendo das tripas coração, para poder chegar o mais cedo possível.

Na capital a alemoazinha plantada junto à porta, sem desistir da espera.

- Manhê, agora acho que é ele! - exclamava feliz.

E os passos não paravam diante da porta e iam rumo a outro apartamento.

A mãe, prevendo a possibilidade da não chegada por imprevistos, quem sabe até por eventual irresponsabilidade do pai - coisa que não era do feitio dele - mas, sempre tem uma primeira vez, alertava:

- Minha filha, o papai está viajando lá longe. Pode estragar o carro, acontecer qualquer coisa que não deixe ele vir. Não precisa ficar o tempo todo perto da porta.

A resposta era incisiva:

- Eu sei que ele vem. Eu conheço meu pai! Hoje é meu aniversário e eu tenho certeza de que ele vem!

Na porta continuava.

E o cantor repete "Largas horas junto à porta a me esperar!"

A Loirinha de plantão, certa de que conhecia o pai e que ele viria.

Meio-dia - nada.

A menininha esperando.

Três horas - nem sinal do pai.

"Largas horas junto à porta ..."

Seis horas, o dia terminando e o pai ausente.

A ansiedade acelerando um coraçãozinho confiante.

- Eu conheço meu pai!

A noite chega, o dia para uma criança quase terminando. O aniversário e o bolo esperando. O pai bem longe.

Naquele tempo não havia celular e as ligações eram difíceis.

As primeira lágrimas rolando pelo rostinho já não tão confiante.

A mãe tentando consolar: "deve ter furado um pneu, estragado o motor do carro, mas ele está vindo." Ela também já não acreditando.

O elevador para no andar.

Passos no corredor.

"Largas horas na porta a me esperar !"

A campanhia toca.

- É ele, mãe! É ele!

"E o troféu maior é o teu sorriso!" - canta Volmir.

A arte sempre imita a vida.

As largas horas junto a porta e o sorriso. ..

Juliana, Juliana:

Perdoa esta crônica atrasada,
Que há muito me acompanha sem eu saber.

Mas que no fundo, lá no fundo de minha alma

Esperava eu voltar a ser menino.

E esperava a menininha crescer ...

São Vicente do Sul, 09 de agosto de 2012.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Balanço de um Fracasso



Vilsom Jair Barbosa

Nesta sexta-feira, 03 de agosto do ano da Graça de 2012, o escrevinhador está tornando-se um homem verdadeiramente sex.

Sexagenário!

O que fazer é que não falta. Estou em plena campanha eleitoral, disputando voto a voto uma vaga na Câmara de Vereadores, num município onde há pouquíssimo tempo, um candidato teve que ceder a vaga, pelo critério da maior idade para desempate. Diferença de um, dois votos é coisa corriqueira. E, num cenário assim, parar tudo para reflexões, pode significar a perda da eleição.

Mas, assumo, consciente e refletidamente o risco, para fazer um balanço dos meus sessenta anos de vida.

Cheguei à conclusão que sou um baita fracassado.

E provo.

Comecei cometendo o erro de nascer numa família pobre. Não me permitiram escolher pais milionários, ricos, sequer remediados. Nunca passei fome, mas que vendi revistas em rodoviária, aos sete anos, isso vendi.

Também não tive o privilégio de ter um pai com estudo. O seu Hilário Barbosa aprendeu a ler na Bíblia. Mas, por algum mecanismo de compensação, o homem sabia capítulos e mais capítulos do Livro Sagrado, de cor e salteado ...

Minha mãe empacou lá pela quarta série; portanto, além de pobres, ambos sem preparo intelectual.

O cenário do fracasso estava preparado desde o início.

Para não decepcionar minhas origens caprichei nas escolhas rumo à mediocridade.

Pulando no tempo, para não ser, também, um fracasso como cronista, depois de estudar com muito sacrifício, concluí o curso de Direito e fui ser fotógrafo. Assim, como advogado, nunca consegui pôr nenhum marginal, ladrão, assassino, estuprador ou pedófilo de novo nas ruas. Como esta clientela é a que costuma pagar bem, na minha atuação judicial, pouco troco embolsei e continuei firme no rumo traçado de não ser um homem de sucesso.
Em quase tudo o que fiz, sempre deixei passar as oportunidades de acumular bens.

E o tempo passando, passando.

E quando vi, virei um velho de sessenta anos, como diria a música do Belchior, "latino-americano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do interior" .

O espelho do fracasso.

Ou não é fracassado um homem que aos sessenta, mal e mal tem onde morar, uns troquinhos ganhos suadamente para a comida, um carrinho básico, um aviãozinho teco-teco e quase nada mais?

Onde já se viu um velho correr quarenta e dois quilômetros no ano da entrada na terceira idade? Só um fracassado pode ter tempo para treinar, correr, suar tanto.

Não é um fracasso ter uma filha linda, chamada Juliana, que, mesmo havendo completado um curso superior, está comendo o pão que o diabo amassou na luta pela sobrevivência, mas não vendeu o bem mais precioso, a dignidade e a perseverança na luta pelo rumo traçado para sua vida?

É um baita fracasso, com sessenta invernos no lombo, um homem que em vez de trabalhar, brinca de fotógrafo e piloto, porque, quando a gente faz o de que gosta, não está trabalhando.

Com sessenta anos, pela primeira vez disputar uma eleição nunca foi ou será marca de êxito na vida.

Mas esta disputa está mostrando o quanto os filhos da Dona "Lurde"e do seu Hilário - o digníssimo aqui, o Paulo Rui e a Maria Cândida são unidos, atendendo ao que pediu a matriarca Ana Cândida: "Nunca se deixem dividir. Esta chácara tem que ficar nas mãos da família enquanto um membro dela ainda for vivo."

E atendendo a este chamado é que vim completar minha derrocada - morando na campanha, depois de cinquenta anos correndo mundo e morando na capital.

Vim, deliberadamente buscar o retrocesso. Vim, estudadamente, buscar a falta de ambição. Vim, por livre e espontânea vontade perseguir a falta de perspectivas de ganhos materiais.

Em minha estratégia de busca ao marasmo, à estagnação, acho que sou um sucesso ...

Um velhote de sessenta anos receber a visita de sobrinho que andava lá do outro lado do mundo e que, apesar da longa viagem de retorno da Ásia, pega um avião e vem dar um abraço no ermitão, só pode ser um desses que a vida relegou.

Receber outros sobrinhos que mal acabaram de retornar dos Estados Unidos, de longas viagens pelo Brasil, também deve ser sinal de que o dito, de tão mal na foto, merece uma última demonstração de apreço.

Ter uma esposa que renuncia a muitas coisas pessoais, para ajudar o marido prova mais uma vez o quanto o homenzinho deixou de ir para a frente, pois o normal o homem ajudar e proteger a mulher e não o contrário.

Retornar para viver no lugar onde se passou a infância e boa parte da adolescência, é outra prova cabal de que a vida foi desperdiçada.

Onde já se viu, levantar de manhã, olhar para a frente e lembrar de que naquela coxilha o cavalo "Gato" desceu em disparada, com um toco de gente, de quatro anos agarrado nas crinas, perdendo pelego, enxergão, mas não desgrudando do flete, até que ele, o cavalo, resolveu parar no banhado, lá adiante. Banhado onde alguns anos depois, um bando de piás, com os respectivos companheiros cuscos caçavam preás a coice, bodocaço, etc.?

Qual é a graça de olhar para um pé de figueira à frente de uma tapera e lembrar dum velhinho relativamente franzino, careca, meio maniático, mas que só pelo olhar conseguia impor respeito e consideração? Um velhinho meio caduco na cabeça de alguns, mas terno e emotivo o suficiente para fazer uma "patente" especial para o tamanho do piazinho de três anos. Que aturava o gurizinho fazendo mil perguntas, no escritório da Fazenda Bom Retiro, enquanto o adulto furungava no rádio Telefunken a válvula, perseguindo as ondas, para ouvir as notícias até que um dia veia a fatídica nova do suicídio de Getúlio Vargas, o ídolo político da fazenda e redondezas.

Tem que ser fracassado para viver num lugar de horizontes largos, de gado berrando, de bugios com seu ronco na Restinga, de tarrã gritando num final de tarde, chamando a companheira.

Não eu não fui à Europa. Tampouco à América do Norte.

Somente andei pelo Brasil, pelo Rio Grande.

Só um fracassado pode ter andado por sua terra natal a pé, vendendo livros, indo duma cidade à outra, aos treze anos.

Os privilégios que a vida me outorgou, permitiram conhecer os mesmos lugares, depois, dirigindo e pilotando avião.

Este velho Rio Grande eu tenho o privilégio de conhecer quase que como a palma da mão. Dá para saber, em alguns lugares onde está o carreiro das formigas.

E, se existe algum lugar para ser feliz, é este, que não troco por nenhuma Paris, Nova Iorque ou algo parecido.

Sessenta anos!

Pobre de pilas! Nem vereador consegui ser até agora. Não sou famoso. A minha mulher não é modelo, atriz rica ou socialite.

Que baita azarão de cancha reta é que fui sair.

Ah, mas agora me lembrei que daqui a pouco vou dar uma corridinha básica, para manter a forma, que a maratona de 2013, com seu desafio de 42 km me espera.

Ia esquecendo que meus irmãos, antes de viajarem, passaram o tempo todo me dando dicas sobre estratégias de campanha e, colocando a mão no bolso, para ajudar.

Também ia esquecendo que as mulheres que amei antes da que amo agora, seguiram rumos diferentes, mas são minhas amigas. Sinal de que não devo ser assim, uma pessoa de todo má.

Sessenta anos e a conta bancária meio magra.

Sessenta anos de modestas roupas, carros e aviões.

É um fracasso, mesmo. Onde já se viu passar no vestibular para Direito numa Universidade Federal e depois deixar o diploma pendurado só porque o desafio tão ou mais difícil, à época, de conseguir o brevê de Piloto Privado me atraiu?

A gente vê cada uma ...

Bem, passaria uma semana comprovando o quanto fracassei.

Mas, no frigir dos ovos, cheguei a conclusão de que quando for desta para outra, o Céu vai ter que ser muito, mas muito bom, porque, se não for, peço demissão do cargo de anjo compro uma passagem de volta para a Chácara e quero ver me atraírem lá para cima de novo ...

Os meus sessenta foram comemorados com uns dias de antecedência e, por ironia da vida, exatamente no meu aniversário estou sozinho na Chácara, fazendo um balanço do quanto fracassei.

Mas me perguntem quem eu gostaria de ser na próxima encarnação:

A resposta pronta, curta, enfática, sempre será:
- Vilsom Jair Barbosa!

"Ah, e ainda por cima bom escrevinhador ..."

Por isso, altruisticamente, deixo o sucesso a quem interessar possa.

Palma - São Vicente do Sul, 03 de agosto de 2012.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Pajada para o Bom Voto

Vilsom Jair Barbosa


I
Digo buenas e me espalho,
No velho estilo gaudério.
Agora eu venho a sério;
Agora venho a trabalho;
Por estrada e por atalho,
Na lida do bom peão,
Deixo o calor do galpão
E, mesmo com pouco pano,
Não me assusta o Minuano:
Quero ganhar a eleição.

II
Nascido em Santa Maria,
Na Palma eu fui criado,
Pois eu sou neto enteado -
Pra mim foi uma honraria -
Conviver no dia-a-dia
Com o "vovô" Donato
Dornelles de Quadros - nato -
Um farroupilha elegante.
Só em montar no "Brilhante"
Respeito impunha de fato.

III
Ana Cândida Bruck,
Minha avó, dele mulher,
Também me ensinou a ser
Homem de bem e sem truque.
Não me envergonho de "a muque"
Muito haver trabalhado.
Se hoje sou advogado,
Alguém o rumo apontou.
E o pouco que hoje sou
Devo a ser bem educado.

IV
Também piloto avião
E faço fotografia.
Trabalho com alegria,
Ânimo no coração,
Pois quando trabalha o peão
O de que gosta fazendo,
Mesmo que pouco rendendo,
Nunca ele desanima,
Trabalha com qualquer clima
E mui feliz vai vivendo.

V
Sou metido a escritor
E um livro eu escrevi,
Sobre os tempos de Guri,
Arteiro e aprontador,
Mas, também, piá de valor,
Que tinha nobreza de alma;
E esta lembrança me acalma,
Me anima e me emociona.
O orgulho meu peito entona:
Eu fui piazito na Palma!

VI
Velhote, mas peleador,
Atleta maratonista.
De orgulho, levanto a crista:
"Hay que tener" valor,
Muito treino, muito suor;
Não é qualquer um que aguenta
Largar e correr quarenta
E dois quilômetros, de soco
Podem me taxar de louco
"Loco e com pelo nas venta!"

VII
Nessa próxima eleição
Venho pedir um favor:
Vote no pajador,
Índio de campo e galpão,
Que não quer remuneração,
A maior reajustada,
Do que o resto da peonada
E, se acaso não ganhar:
Cargo não vai disputar,
Só pra embolsar a bolada.

VIII
E após a eleição
Aí é que o eleitor
Para mim terá valor;
De novo, e em gratidão,
Virei colher a opinião
Que vai nortear meu caminho.
Não vou trabalhar sozinho:
Se soube pedir agora,
Tenho que voltar na hora
Do apoio e do carinho.

IX
Voto é arma e atalho
Que nos salva em hora feia.
Com ele o amigo apeia
Quem não gosta de trabalho.
E digo, sem atrapalho:
Eleja quem tem valia!
Taura de serventia!
Que peleie mês a mês!
Para vereador é a vez:
Renovação vitoriosa!
O nome é Vilsom Barbosa!
Tecle um dois, tecle um dois três!
12123
VILSOM BARBOSA
"UM NOVO AMANHÃ"
PDT-PMDB-PPS


CNPJ:
Vilsom Barbosa - 16.174.692/0001-24
Copiadora - 10.858.167/0001-41
(1ª tiragem 300 unidades-13/07/12)
Prefeito: Ivan
Vice: Lidiandro
12
Acompanhe o
"Blog do Vilsom Barbosa - São Vicente do Sul"


quinta-feira, 14 de junho de 2012


Peleando na Maratona

A três de junho passado

Levantei de madrugada.

A carreira estava atada,

O compromisso firmado;

Muito tinha treinado;

Chegado era o desafio;

Correr, apesar do frio

Quilômetros, quarenta e dois.

Era largar e depois

Pelear, cheio de brio.

Hidratei-me na cambona.

Aos sessenta era um guri.

E o quera do Toropi

Orgulhoso, então, se entona.

Treinei no gelado ou quente,

Quase esfalfou-se o vivente,

Mas nunca baixei a crista.

E o velho maratonista

De novo honrou S. Vicente.