segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Chiquinho, do Alegrete







    O Chiquinho Foi Alegrar o Céu


Ninguém fica pra semente.

Para todos chega a hora;

Cedo ou tarde vão embora

Os que convivem c' a gente.

Assim, no más, de repente,

Até sem se despedir,

Se chega a hora de ir,

O jeito é aceitar.

Eles foram navegar

Sem ter medo de partir.



 







Chiquinho e seu avião,

O avião e seu Chiquinho,

Iam riscando o caminho

Pelo céu, em amplidão.

Eram cavalo e peão,

Centauro gaúcho alado,

Cruzando por todo o Estado.

Sempre por onde ia,

Espalhando alegria

No seu estilo largado.




Por homenagem esta reza

Do fundo do coração,

Pro ginete de avião

E para espantar a tristeza:

Foi, mas fica a certeza:

Voar não é para um fraco.

Tem que confiar no taco.

Não vamos ficar chorando,

Que o Chiquinho tá voando

Com o São Pedro de "saco"!
As fotos foram feitas na Mateada de São Borja, dia 18 de agosto.
Esta última, sem qualquer montagem ou tratamento, foi feita quando o Chiquinho decolou, ao final da tarde, de volta pro Alegrete, numa simbologia antecipada de sua última navegação que se aproximava. Antes de sair, insistira para que o visitasse no Alegrete, para fazermos um voo em seu aviãozinho. Talvez, se este fotógrafo-manicaca estivesse junto, possivelmente o Chiquinho ainda estivesse vivo, pois a suposição é de que tenha sofrido um mal súbito na decolagem e, com um copila ao lado, haveria chance de prestar socorro.
O consolo que nos resta é o de saber que se foi fazendo aquilo de que mais gostava: voar.