sábado, 29 de outubro de 2011

Passando por Cruz Alta

   No dia da  festa em Cruz Alta, o escrevinhante estava com o pé meio prejudicado e não deu para comparecer.
   Na sexta, dia 28, andei por lá e fui muito bem recebido pelo pessoal, como é costume. Os "Bohn", pai e filho, assim como todos os outros se esmeram por atender bem o visitante.
   Mal pousei o pai veio com um baita chimarrão. Dali a pouquito chegou o Diego e um de seus tantos alunos de uma navegação.
À direita o Diego e o aluno, faceiro porque já é "navegador" ...


Claro que tenho que provar que estive lá.

  Taí o valente Kitfox, que neste dia sacudiu até o ventil da câmara, de tanta térmica que pegamos. Tive que dar um tempo, entre meio-dia e cinco da tarde. Numas horas  achei que ia ficar só com o manche na mão, nem o charuto ia aguentar o pataço das ascententes ...   Que o diga o Jango, de Maçambará, que caiu na armadilha de aceitar meu convite para um voozinho ali pelas três da tarde... O homem se agarrou na estrutura, arregalou uns olhos e só largou a respiração quando pousamos de novo.
   Fazia bastante tempo que não voava na região naquele horário. E olha que não havia uma única nuvenzinha no céu. Térmica seca pura (CAT, como querem os que se acham ...). Imagina quando tem cúmulos ... Também a considerar o fato de que embaixo o pessoal está mexendo nas lavouras nesta estação do ano . Terra remexida, térmica na certa.
  O Vovô aqui tá até agora com o punho doendo de tanto bater "schimier", fazer polenta, etc ....

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Kulula - Não é a empresa "com o Lula", no falar do próprio ...

Esta empresa realmente existe, tem preços módicos e bom-humor. Pena que é da África do Sul. Colaboração do Cesar Ludwig

domingo, 23 de outubro de 2011

OshCox - Encontro de Coxilha

Recado do Deoclécio, lá do Alegrete:

Lá pelo norte do Estado
A aviação se reuniu;
O céu era puro anil.
Deu gente de todo o lado.
Eu, que não fui convidado,
Mesmo triste, não me enforco,
Um trago de canha emborco;
Vendo as acrobacia
Recupero as  alegria.
Triste mesmo, só o  porco...

   Vendo o vídeo vocês saberão do que estou falando ...

Para ver, clique no link



http://www.youtube.com/watch?v=yWPyIJGrZsg

sábado, 22 de outubro de 2011

Peão Laça Paulistinha

Enviada pelo Nédio Marques da Rocha, de São Pedro do Sul - Auto-estrada de Catanduva

CLÁUDIO CANDIOTA
O repórter da façanha inédita
Texto:ANTÔNIO GOULART
Fotos: LÉO GUERREIRO
O jornalista gaúcho Cláudio Candiota
relembra, 56 anos depois, a incrível
história do peão que laçou um avião
numa rica fazenda de Santa Maria
N
60
uma tarde de janeiro de 1952, o jornalista Cláudio
Candiota, então diretor de A Razão, de
Santa Maria, encontrava-se em sua sala quando
foi procurado pelo comandante do aeroclube da
cidade, Fernando Pereiron. O visitante trazia
uma notícia de impacto, mas não para ser
divulgada. Pelo contrário, queria escondê-la. Temia causar
prejuízo à imagem do estabelecimento sob sua responsabilidade.
Quando soube do que se tratava, a reação de Candiota foi em
sentido oposto: “Deixa comigo. Vou tornar este aeroclube
famoso em todo o mundo. É a primeira vez que acontece uma
coisa como essa”, disse de imediato. Como também era correspondente
no Rio Grande do Sul de O Cruzeiro, o jornalista
telefonou para a direção da revista, no Rio, que mandou, já no
dia seguinte, para Santa Maria, o seu melhor fotógrafo, o gaúcho
Ed Keffel. Uma semana depois aparecia, com exclusividade, a
reportagem em cinco páginas, amplamente ilustrada.
Um peão de estância tinha simplesmente laçado um avião em
pleno vôo. E como houve dano na hélice do aparelho, o piloto
estava ameaçado de demissão, por ter agido de forma imprudente
e provocativa, e por não ter comunicado o fato às autoridades
aeronáuticas.
TIRANDO RASANTES
O autor da façanha de “laçar um avião pelo focinho” foi o
peão Euclides Guterres, 24 anos, solteiro, descrito na época
como vivaz , fazedor e contador de proezas. Tudo começou
quando o jovem piloto Irineu Noal, 20 anos, pegou o
“Paulistinha” Manuel Ribas e decolou rumo à fazenda de
Cacildo Pena Xavier, em Tronqueiras, nas proximidades da base
aérea de Camobi, e passou a tirar repetidos rasantes sobre as
coxilhas.
No alto de uma delas, Euclides cuidava de uma novilha com
bicheira e não gostou do que viu. Achando que aquilo era alguma
provocação, não teve dúvidas: armou o laço de 13 braças e quatro
tentos e atirou em direção ao bico do teco-teco, acertando o alvo.
Por estar preso na cincha do arreio sobre o cavalo, o laço, com o
impacto, arrebentou na presilha e seguiu pendurado no avião. O
piloto, assustado, tratou de pousar. Ainda na cabeceira da pista,
longe do hangar, retirou o laço e o escondeu no meio das
macegas.
"Eu não fiz por maldade. Foi pura brincadeira.
Para falar a verdade, não acreditava que
pudesse pegar o aviãozinho pelas guampas
num tiro de laço."
O peão Euclides Guterres
"Nada nos pode parecer mais estranho do que
a notícia de que um homem tenha laçado um
avião. A vontade que a gente sente é mesmo de
duvidar. Mas, a verdade é que a extraordinária
façanha aconteceu no pampa gaúcho, em
Tronqueiras, na rica fazenda de Arroio do Só, no
município de Santa Maria."
Abertura da reportagem publicada por
em 23 de fevereiro de 1952, assinada por Cláudio
Candiota
O Cruzeiro,1952

sábado, 15 de outubro de 2011

sábado, 8 de outubro de 2011

Eu fui piá em São Vicente


Vilsom Jair Barbosa


Mal começava a existência,
Era um toco de guri,
A costa do Toropi
Se tornou minha querência.
Foi a mão da Providência
Que foi me orientando a alma,
Tirando força do amargo,
Me dando horizonte largo,
Como só tem cá na Palma.

O pago a que me refiro
Não era um lugar ao léu.
Tinha um jeito de Céu
A Fazenda Bom Retiro.
De saudade, hoje suspiro:
Era lugar bom de fato,
Onde o Vovô Donato,
Um Farroupilha elegante,
Bem montado no Brilhante
Foi do gaúcho o retrato.

A vida é um cavalo:
Anda, troteia e galopa;
Sem aviso o quera topa
Com cupim, toca ou com valo
E nos surpreende o pealo:
Lá se foi o meu avô.
Aquele que me orientou
Rumo ao corredor do bem,
De soco se foi pro além
E o piazote, então, chorou.

Adeus para o arvoredo.
Adeus minha tropa de osso.
Hoje fazer não posso
Mais mangueira de brinquedo.
E nos recuerdos me enredo
Como em barbante de saco.
Com a saudade me atraco.
Não arrebento este ajojo,
Ah, se eu tivesse o apojo
Pra dar força ao guri fraco.

Nunca mais comi pitanga,
Gosto de puro mistério,
No rumo do cemitério.
Os grandes com sua zanga
A carreta, os bois na canga,
Todos, rostos fechados,
Os semblantes emburrados;
O piazedo em gritaria,
Para nós era alegria,
O passeio de Finados.

Nunca mais pesquei traíra
Com três palmos "fora o rabo".
Vou pescar, só fico brabo.
É coisa que me admira:
Nem lambari se tira.
O peixe anda sumido.
É rio, açude poluído.
Antes, na minha infância
De peixe era tal abundância:
Pros vizinhos distribuído.

E a velha Maria Fumaça,
Cortando a beira da Serra,
Levando para outra terra
Gente que vem e que passa?
Por mais esforço que faça
Não escuto mais o grito.
Se perdeu longe o apito
Foi-se o trem de carga e gente
Meu coração se ressente
Por não bater num piazito.

Foi-se o tempo do sarampo,
Da geada, pé-no-chão;
A capina, a marcação,
Vidrinho de pirilampo.
Se foi o guri de campo
Nos tombos da égua lerda.
Esta vida nos deserda.
E o choro a cara me banha:
Bom se o guri de campanha
Não sofresse tanta perda!

08 de outubro de 2011.