domingo, 24 de junho de 2018

PODEROSA ORAÇÃO PARA SAIR DO SUFOCO

Estive olhando algumas das postagens antigas e gostei muito desta. Como a situação continua parecidíssima e o Pallocci e a Dilma em evidência, a postagem parece até uma das previsões de cartomantes, videntes, enxergantes, adivinhos, bruxos, etc. 
Nem eu sabia que tinha esse dom ...






PODEROSA ORAÇÃO PARA SAIR DO SUFOCO

Se você não agüenta mais o sufoco com as despesas de hangar, RIAM, exames de saúde, taxas, AVGAS, manutenção, enfim, todas aqueles gastos que tiram o sono dos pilotos, seus problemas acabaram.

Agora você poderá multiplicar seu salário, lucro, avião, imóvel, etc. etc. pelo número que quiser.

Basta tornar-se devoto de S. Judas Balotti, o santo que multiplica por vinte o seu patrimônio em menos de um ano!

O próprio Santo, quando na Terra, conseguiu este milagre com seus escassos caraminguados ... Imagine o que ele não será capaz de fazer, agora que está no Céu da Bananília, comungando com a Santa Dinah da Rússia.

Mas o Santo faz algumas exigências:

1 - Você deve ter a língua presa:

2 - Você já deve ter se envolvido em alguma falcatrua;

3 - Tem que filiar-se a algum partido de esquerda, extrema esquerda, meia-esquerda ou ponta-esquerda ...;

4 - Ajuda ser amigo de algum ex-presidente barbudo, que "joga" futebol e bebe com moderação, conforme determina o Min. da Saúde ...;

5 - Se tiver alguma experiência com mês, mesa, mesinha, mensal, mensalão, mensalinho, sua bênção milagrosa fica garantida, mediante 10% para a caixinha do Santo.

6 - Não pode politizar a multiplicação ...

7 - Tem que suportar a blindagem do saco sem reclamar.

MULTIPLICAÇÃO DE SEUS MIJADOS POR VINTE, DUZENTAS, DUAS MIL VEZES, DEPENDENDO DE SEU CACIFE JUNTO ÀS ENTIDADES CELESTIAIS, TOTALMENTE GARANTIDA OU SEU DINHEIRO RETIDO NO CÉU!!!!!!!!!! Quando você chegar lá e se chegar, receberá de volta com multa, correção, juros, etc.

A seguir a oração, que você deve fazer todos os dias, às 11 da manhã, que é horário de funcionário público, para já pegar o Santo acordado e de bom-humor:

"São Ballotti:

Vós que já chegastes aos Céus da Bananília, que conheceis o caminho da roça, que tendes contato com a Poderosa, que conseguistes aqui na Terra o incomparável milagre de multiplicar as doações feitas em agradecimento de fiéis por dez graças alcançadas, lembrai-vos de mim, humilde piloto de ultraleve basiquinho, que desejo ardentemente (opa) um RV9, quem sabe até um homologado, e concedei a suprema graça de multiplicar meu patrimoniozinho por cinco (não precisa vinte, embora não seja contra) e com ele conseguirei, finalmente, voar sem preocupação com os pilas. Prometo devolver vinte por cento do novo patrimônio e, antecipadamente, rogo que continueis multiplicando, multiplicando, que prosseguirei devolvendo, devolvendo."

Para que a reza dê certo imprescindível que o piloto faça um depósito na conta da "Lambe-Lambe - Trambiques Aeronáuticos". O depósito deve ser antecipado à oração. Garantimos que você sentir-se-á aliviado das pressões que enfrenta (pelo menos aliviado da pressão dos pilas em seu bolso) ou receberá sua doação de volta. Se não receber, a culpa é dos correios, da greve dos caminhoneiros, da ruindade do Brasil na Copa. 

Rezar com fé, todos os dias antes de voar, com uma vela de sete dias enfiada no castiçal.

Se o seu patrimônio não vinteplicar-se, azar o seu. Quem mandou não ser filiado à Santíssima Irmandade dos Multiplicadores Milagreiros. Talvez possa ser aceito no convento da Irmandade dos Pilotos Descamisados, Desasados, Descalços, Funchados e Mal-Pagos ...

sábado, 16 de junho de 2018

Pajadinha para o Geadão ...








Mas tchê, que cosa mais braba:
“Temo” se encarangando.
Está tudo congelando.
É frio que nunca se acaba.
E tem gente que se gaba,
Dizendo gostar do frio.
E isso mexe com o brio
De quem só fala a verdade.
De mandá-los,  dá vontade:
Para a ponte que partiu! ...







Zero grau de manhã  cedo,
Me levanto tiritando;
Pro fogo vou me achegando,
Pra desencarangar os “dedo”.
Chega até me dar um medo.
Até tragédia eu pressinto.
É verdade, eu não minto
É gelo pra todo o lado,
Que temo estar congelado,
No galinheiro, o pinto ... !!!






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Estranho: não ouvi um único ronco de aviãozinho voando ... kkk .... brrr ...
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domingo, 10 de junho de 2018

Teste de Reconstrução - Pajada





Julho de dois mil e doze:
Na pista tava tocando.
Um ventão Norte soprando
Ia me tirando a pose.
Pensei “Hoje vai ser dose
Pousar nesta situação.”
Mas sou taura de garrão
E por pouco não me assusto.
Faço um pouso a qualquer custo
E não quebro o avião.

Mas como já foi contado
Eu senti o bom pra tosse
E quebrei o Kitfox.
Ficou todo esgualepado.
Não foi o vento o culpado.
Tampouco houve desleixo.
E meu protesto aqui deixo:
Eu não fora manicaca.
A causa da tal cacaca,
Quebra da ponta de eixo.

Um avião maravilhoso
Se parou descontrolado.
E se foi desembestado
Sem roda, só trem-de-pouso.
E eu me xingando de idoso
Que não sabe pilotar.
“Vou ter que abandonar
As cavalgadas no Céu.”
Resumindo, o que deu?
Uma baita pilonada!

Peleei “quagi  cinco ano”.
O Teco recuperei.
Fui eu mesmo que testei
Como tava o “oroplano”.
Tudo dentro do plano.
Mas nestes testes fazendo
É que acabei vivendo
Brabo acontecimento
Foi um desses “momento”
De deixar cueca fedendo!

Depois da reconstrução
Todo o cuidado é pouco.
Até  o quera mais louco
Acelera o coração.
Mesmo o mais valentão
Leva um pouco de medo.
Isso não é segredo.
Toma-se todo o cuidado
E o Teco é pilotado
Bem na pontinha do dedo.


Acho que era o segundo
Teste que eu fazia.
Pouco vento  e  esse dia
Prometia ser fecundo.
“Hoje eu me aprofundo”
Em manobras variadas.
A ver se equilibradas
Estavam as  reações,
Dentro das previsões,
Para serem aprovadas.

Ia dentro dos conformes.
O Teco bem respondendo.
Eu já tava me dizendo:
“Índio, é hoje que tu dormes
Tranquilo e sem enormes
Sustos ou pesadelos.”
Nada de atropelos:
Só falta a três meia zero
Depois dela o que eu quero
Pousar e guardar os pessuelos.

Curva bem coordenada;
Bem na média inclinação,
Como manda a tradição.
Altitude inalterada.
Na posição indicada
O nariz do avião.
E, assim de supetão,
Veio sacolejamento:
“Flutter” - nesse momento -
Piloto e nave se vão! ...

Num avião reconstruído
Flutter é quase morte.
Só mesmo com muita sorte
Para ter sobrevivivido.
Cagaço é com que mais lido.
Mantive calma e paciência.
Lhes explico a experiência:
O voo sacolejado
Somente fora causado
Pela própria turbulência!!! ... kkk

Depois do susto, comemorando o sucesso dos testes!

domingo, 3 de junho de 2018

Tropeando Lesma




                   Não adianta querer bancar o macho e negar que, quando a gente tem uma navegaçãozinha meio longa, a ser feita numa pandorga, o coração bate mais forte, o sujeito fica meio indócil no partidor, dá um friozinho na barriga, essas coisas. Quem diz que não, ou não  tem as mínimas noções do que envolve um vôo destes ou mente para mais de metro. E se o vôo deve ser feito sozinho, sem ninguém para dar um apoio por terra, então a situação fica hosca.


                   Não que aquele que está em terra consiga evitar muita coisa, no caso duma zebra, mas que a gente sente-se melhor, ah, isso é verdade. Pelo menos no campo psicológico, uma retaguarda por terra surte um senhor efeito e, além de tornar o piloto mais confiante, certamente evita, com essa confiança que algo venha a acontecer, por falha humana.

                   Pois o meu apoiador, o mano Paulo inventara de, com seus cinqüenta e lá se iam pedradas, apaixonar-se perdidamente por uma curitibana, casar-se e se mandar para aquele frio e céu nublado. Pelo menos foi e está sendo feliz com a Sônia.

                   Mas voltando ao que interessa: surgiu a necessidade de ir a Araranguá, devidamente transportado pelo Marimbondo Vermelho, o velho Netuno de guerra, que já me dera muitos sustos, sim senhor, mas que nunca me causara maiores danos.

                   Era entrada de verão, época em que as variações climáticas e, principalmente de vento, são rápidas e violentas aqui no sul. Escolher bem o dia para a navegação era fundamental. Como fui bom aluno de meteorologia e, por ter passado a infância e adolescência na campanha, nas lidas diretas com plantação e bichos, somei o conhecimento científico ao de peão e, modéstia à parte, em muitos casos deixei todo mundo admirado com meus acertos em previsões.

                   Fui acompanhando a evolução das condições climáticas até que, a meu ver, estava por chegar o dia indicado. Na tarde anterior fui à pista da “Aldeia dos Anjos”, revisei, abasteci, deixei o Netuno em ponto de bala, para o vôo na manhã seguinte. Pretendia sair com o primeiro raio de Sol, que não vou dizer aqui que pretendia sair antes do Sol nascer e vocês sabem porque ...
                   Deviam ser umas quatro da madrugada e o despertador abriu um berreiro do lado da cama. Peguei o material necessário ao vôo, e me larguei, ainda na escuridão, rumo ao sítio de vôo, pois queria chegar em Araranguá antes que começasse o Nordestão.

                   De fato, antes do nascer-do-Sol estava tudo pronto. Esperei o nascimento e me larguei, faceiro como guri de bombacha nova, num vôo liso, tranqüilo, daqueles em que a gente realmente sente prazer em estar no céu. A sensação, num vôo desses, é de que realmente o Céu existe e está aqui na Terra.

                   Mas alegria de pobre dura pouco. Nem tinham passado vinte minutos de vôo e já sinto umas sacudidinhas, avisando: se a esta hora, com o Sol recém-saído, já há turbulência, não seria melhor fazer a viagem noutro dia?               

                   Quem voa, porém, sabe: depois de iniciado um vôo, a gente sempre arruma uma justificativa para levá-lo até ao fim, mesmo que as condições não sejam as que imaginávamos. E me peguei pensando: “Algum ventinho localizado, por diferenças de temperatura entre áreas plantadas, águas, e áreas de arborização.”

                   Ao chegar na Lagoa dos Barros deu para ver que o ventinho não era tão localizado assim, pois as marolas estavam em toda ela e indicavam: Nordestão chegando. E dali para a frente começou a briga.

                   Para chegar a Capão da Canoa, onde devia reabastecer já demorou um tempão. Reabasteci o mais rapidamente possível e, embora nem fossem oito horas, o vento já era forte. Liguei para o Zé, em Araranguá, a fim de saber do vento e me garantiu que lá estava tudo na mais perfeita calmaria.
Se lá está calmo, logo, logo, tudo se acomoda.

                   Decolei e já foi um sufoco vencer a turbulência orográfica, pois a gente decola em cima da cidade, com alguns edifícios, felizmente não muito altos, mas que desestabilizam a massa de ar em movimento. Não me abalei muito, sabendo que, sobre o mar o vento era liso.

                   E aproei o Atlântico.

                   Foi um alívio. Terminaram-se os sofrimentos.

                   É pra já que pouso no destino – pensei.
                   Cometi, então um ‘erro’: olhei para a praia. Tudo na mais perfeita ordem. Escolhi um ponto de referência e, depois dum bom tempo, olho para a esquerda novamnete e o que vejo?

                   O tal ponto de referência novamente,  correndo comigo.
                 
                  A conclusão somente podia ser uma: o ventão de proa estava aproximando-se da velocidade de cruzeiro ...

                   “Fica tranqüilo, não tens turbulência,  há combustível para três horas e meia de vôo.”

                   O vôo continuava liso, uma ‘tranqüilidade’... Mas quem disse que chegava em Arroio do Sal, Arroio Teixeira, essas praias tão próximas, para os felizardos que iam de carro.

                   Comecei a prestar atenção nos raros carros que andavam pela praia, nos trechos em que isso era permitido: fuscas, Brasílias, Chevettes, todos, sem exceção me ultrapassavam. Os únicos a não me passarem eram os pescadores e os varredores da praia que usavam carroças, puxadas a cavalo e, acho que era porque não queriam judiar dos bichos...

                   Torres demorou uma eternidade.  Até acho que foram duas eternidades  ...

                   E o pensamento: quanto mais tempo no ar, maiores as possibilidades duma pane. Com esse povo todo na praia, pouso salgante, que não é justo pôr em risco a vida de quem nada tem a ver com essa minha briga com o Nordestão. Pouso nágua, com sorte avião perdido; com azar, mais um para dar substância aos camarões e outros frutos-do-mar...

                   Desde que passei a Praia da Guarita, até a Barra do Mampituba passou-se o tempo que vocês estão levando para ler esta história ou mais.

                   O vento sobre o mar, liso, o que dispensava cansativa bateção de “Chimia” com o manche e pedalaços e mais pedalaços.

                   E o cagaço pela  possibilidade de Araranguá também estar sob os efeitos do ventão?

                   A pista lá fica afastada uns dez quilômetros do mar, em, região relativamente plana, mas cheia de plantações de eucaliptos e lavouras de mandioca.

                  Estas, as lavouras, grandes causadoras de térmicas.

                   “Estou bem arrumado. Se a intensidade for igual a esta, vou ter que voltar à praia, já com pouco combustível e arrumar um lugar sem banhistas para poder pousar. E aí, vou passar protetor solar no Netuno, pra não descascar  e ficar quanto tempo, esperando que o vento acalme?”

                   Passei Sombrio e o vento firme.

                   “Vamos ter problemas”.

                   Protelei ao máximo o sobrevôo dágua, mas teve uma hora que tive que encarar. Ganhei um pouco de altura, não muita, para ir me acostumando às condições reais de vento nas imediações da pista e fui corcoveando uma barbaridade.

                   Embaixo os eucaliptos mais novos trocavam as pontas de lugar. Quando isto ocorre, é incomodação certa no pouso, pois o vento realmente está forte.

                   Ainda tinha a possibilidade de arremetida forçada,  pois uns malucos sempre atravessavam a pista, por estar localizada  dentro da cidade. Arremeter com um ventão daqueles, para cima do centro e na direção duns morros, não muito altos, mas que formavam o temido ‘rotor’, era uma perspectiva não muito entusiasmante.

                   Evidente que levava meu indispensável EMC (Equipamento Medidor de Cagaço), a famosa garrafinha dágua. De acordo com a sobra ao final do vôo é possível saber, com exatidão,  o número e intensidade dos sustos levados pelo manicaca...

                   Pois é, naquele dia, para fazer menos de duzentos quilômetros, levei nada menos do que três horas e quarenta minutos, que, arredondando, deu a excepcional média de sessenta e seis quilômetros por hora. Considerando que, no início o vento era inexistente, depois fraco e  meio lateral, no final devia estar com um vento beirando ou superando os quarenta quilômetros horários.

                   Numa pandorga que voa a 90, adivinhem quanta água restava na garrafinha ...

                   O inexplicável é que o Zé estava coberto de razão. Em Araranguá, necas de vento. Pelo menos o pouso foi tranquilo. Nem precisei tomar água na final ...



   Já pousado em Araranguá. Prestem atenção especial ao "colete salva-vidas". Como à época o blogueiro era galo nas Maratonas (estas dos 42,195km, mesmo) era magricela uma barbaridade e deu pra reciclar o equipamento que dera à minha filha Juliana, quando ela tinha apenas oito anos....

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Futurismo na Palma ... kkk 

https://www.youtube.com/watch?v=938_in-v-CE

Um dia eu chego lá ...
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Rememorando



   Alguém saberia dizer quem é o piloto e restaurador?
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