domingo, 14 de novembro de 2021

Operações da FAB e Exército Trazem Grandes Limitações ao Voo na Região de Santa Maria e Fronteira

   Segunda consta há um conjunto de operações das duas armas na região que abrange Santa Maria, Rosário do Sul, Bagé, Dom Pedrito e outras. 

   Todos os tipos de voo na região devem obedercer às disposições de NOTAMS expedidos. 

    Atenção:

   A zona não está fechada, mas todos os voos devem obedecer as limitações já mencionadas, inclusive desvios de rota em determinados momentos.

   Não voe sem Plano de Voo.

   Já houve caso de voo não notificado causar o "groundeamento" de 26 aeronaves militares prontas para entrar em operação. 

    Dizem que o operador vai ter uma "alegre surpresinha", em termos de multa, etc...

   As restrições devem prolongar-se até 26 de novembro.

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Operação Meridiano é composta por três etapas e reúne mais de 5 mil militares

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Deixa teu teco no chão

Ou voa fazendo o plano.

Que onde sopra o Minuano

Tem colhuda operação.

Não caia na tentação

Dos bocó,  de  gente estulta

Não te agranda,  nem exulta.

Não faz besteira, te ajeita!

Se não voar pela receita,

Não vai ser pequena a multa !


terça-feira, 9 de novembro de 2021

FEBEAPA - Festival de Besteiras que Assola o País (Estanislau Ponte Preta)

 


                "Até o tolo, quando se cala é tido por sábio." Salomão

 

            Ainda sobre o caso triste de Minas Gerais, já falei sobre a irresponsabilidade criminosa da grande mídia, explorando até a última gota de lágrima, até o último suspiro de dor dos familiares, amigos e fãs dos que perderam a vida naquela fatalidade.

            Mas não só a grande mídia como corporação, individualmente também há pessoas capazes de  darem metade da vida para aparecerem, nem que seja para falar cacaca.

            E, parece-me este é o caso deste tal de Lito, que nalgumas vezes até falou coisa com fundamento.

            Só que agora me aparece com uns dados estapafúrdios de comparação entre "aviação particular, não regular ..." e aviação regular.

            Vamos por partes, como diria o esquartejador:

            "Primeiramentes", no saber de sua Excelência, o Supremo Conhecedor da Aviação, o que V. Excrescência entende por aviação particular não regular?

            "Segundamentes" o que Vossa Suprema Burrice, entende por aviação regular?

            "Terceiramentes", se falou em aviação particular (essa mesma irregular, que não cuida de seus aviões, o "supositório" lógico é que a aviação que quase não sofre acidentes (18.000% a menos) é pública.  E como sabes que esta aviação particular é desleixada se, justamente por ser irregular, faz ou deixa de fazer tudo na moita, não aparecendo nos misteriosos dados que estudaste?

            Continuando: pelo seu brilhante raciocíncio, aviação pública é a não particular.  Assim,  apenas os aviões da FAB, do governo federal, estadual e municipal seriam os que recebem manutenção adequada...

            Depois que sua Excelsa Inteligência conseguir nos mostrar o que é uma  e outra destas novas categorias de aviação, nos mostre quantos aviões estão na irregular e quantos estão na regular ...

            Bem, quer parecer a este humilde escrevinhador que aviação irregular, como o nome diz, é a aviação clandestina, sem registros e controles. Avião irregular, não vai procurar a ANAC e registrar os acidentes e incidentes que possam acontecer. Se seus acidentes e incidentes não são registrados, qual a mágica aplicável para se conseguir dados confiáveis para comparar acidentes com aviões regulares  e os irregulares?

            Quartamentes, insinuar que avião particular (partindo do pressuposto que avião particular seja o que não presta serviços a terceiros) não tem uma boa manutenção, assim, generalizando é uma imbecilidade e atestado de QI baixíssimo, que dá vontade de rir para não chorar. Vamos pegar o caso do dono da Havan, por exemplo, que comprou um jato particular que vale uma fortuna. Além do avião valer uma fortuna, achas tu, oh Supremo Conhecedor de Tudo em Aviação, que o sujeito, ambicioso como é, com sua empresa abrindo uma ou duas lojas por dia, vai querer jogar tudo no lixo, especialmente sua promissora vida, para economizar trocados em revisão?

            Se eu não sou tão inteligente e supremo conhecedor quanto Vossa Estultície, ficou mais ou menos implícito que aviação regular, não particular seria a aviação das "linhas aéreas regulares".

            Se formos pegar os acidentes conhecidos, os únicos que podem aparecer nas estatísticas (pois a irregular escamoteia seus dados por lógica pura e simples), possivelmente teremos mais acidentes com aviões da chamada aviação geral (que não faz linhas aéreas regulares - a grosso modo) do que acidentes com os aviões de linha aérea. 

            Mas, para cada avião de linha aérea, quantos "particulares irregulares" existem? Não falaste nisso por distração ou má intenção? E onde estão os tais dados que estudaste? Só sua Excelsa Sapiência os pode acessar?

            Por ter mais aeronaves em voo,  lógico que o número de acidentes com a aviação geral seja maior, mas, evidentemente nunca chegaria aos estratosféricos 18.000%.

            Oh, sabidão, vou citar Disraeli, que sempre dizia: "existem três tipos de mentira - a comum, a deslavada e a estatística".

            Pois bem,  ainda pode piorar. A mentira da estatística burra e mal-intencionada.

            Que, parece, é o caso.

            Já que defendes com tanto ardor a aviação regular (que não sei exatamente qual é, no teu ponto de vista) mas supunhetando que seja a das linhas aéreas regulares, não quiseste comparar o número de mortes que uma e outra causa. Estranho, não? Ou seria: lógico, sim?

            Cada avião da tua "regular" que cai leva consigo mais de uma centena de pessoas.

            Ah, e não me venhas com chorumelas de que sou um desconhecido, um pilotinho privado, com apenas umas seis mil horas de voo em aviões particulares, irregulares essas coisas.

            Sou-lho e com orgulho e isso aos sessenta e nove anos.

            O orgulho de dizer que já enfrentei oito pousos fora, em aviões irregulares e particulares e saí ileso de todos. Será que na aviação "regular" eu teria tamanha "sorte"? Será que um pouso fora com um Boeing vai ter tantas possibilidades de sair todo o mundo inteiro?

            Já falei e repito, quem realmente é um ás como piloto, não fica tentando aparecer a qualquer custo e fazendo declarações espetaculosas, as quais somente servem  para afastar muita gente boa da maravilhosa arte de voar.

            Quando for falar em aviação, mostra primeiro o teu currículo como piloto, a tua experiência de cabine em aviões regulares, porque particulares e irregulares não valem para um piloto em tão elevado nível.

            Ah, e mostra os dados que levaram ao miraculoso cálculo dos 18.000 %.

            Enquanto não conseguires responder bem a estas e tantas outras perguntas que tuas declarações de bocó-de-argola nos trazem à mente, que tal, no dizer "sábio" do piloto Nelson Piquet sobre o "grande jornalista" Galvão Bueno:

            - Por que não para de cagar pela boca?

            E mais não digo porque eu falo besteira e assumo, mas não fico querendo falar bosta travestida de conhecimento.

            Mas que barbaridade!!! Até eu gostei ...


domingo, 7 de novembro de 2021

Marília Mendonça: Trágica Morte e Exploração da Dor Alheia pela "Grande Mídia"

   É de causar justa indignação a forma como a grande imprensa explora a dor e o sofrimento alheios.

    O acidente que matou a cantora Marília Mendonça, uma jovem talentosa no auge de sua carreira, trouxe à tona a vileza e o desrespeito aos que tiveram uma grande perda.

    Em qualquer canal, frequência de rádio, jornal, etc., só se vê e ouve alguém espremendo até a última gota de lágrima que se possa tirar da tragédia.

     Tudo começando de forma errada:

    Primeiramente procuram deixar implícita ou explícita a eventual culpa do piloto no acidente, falando que estaria voando um pouco abaixo da rampa de aproximação. Por isso não teria visto a rede de alta tensão e atingido o cabo que causou a queda do King Air que levava, além da cantora, mais quatro pessoas, 

    Que também morreram.

    Pois bem: suponhamos que o piloto não tenha visto a rede e, inadvertidamente chocado-se com ela, perdendo o controle do avião. Mas ninguém da grande mídia falou que a montagem de referida rede não obedeceu aos critérios de proteção de áreas aeroportuárias.

    Ninguém falou que a tal concessionária do serviço público esqueceu de colocar as esferas de advertência que lá deveriam estar. 




    É muito mais simples condenar alguém que morreu e não pode mais se defender. É muito melhor e conveniente calar-se diante da irresponsabilidade duma multinacional poderosa ou, mesmo empresa brasileira (creio que não é mais nossa a tal distribuidora de energia). Afinal, o piloto já morreu, não tem como defender-se, o potencial econômico-financeiro da família não poderá sustentar uma briga com uma poderosa concessionária  de energia.

    E essa imprensa suja, vil, interesseira, que cruza com um trator por cima da amargura e sofrimento das pessoas somente fala em Marília Mendonça, como se ela fosse a única a ter morrido no acidente. Nada contra dilvulgar-se a tragédia que abateu uma artista de renome, mas ficar um final de semana inteiro, catando formas de forçar a barra e causar comoção artificialmente, realmente é o sinal triste de inversão dos valores, onde a ética e o respeito humanos são jogados na sarjeta no maior caradurismo.

    Por que ninguém fala no piloto que estava dando o seu melhor e que, por falta do cumprimento duma obrigação legal da concessionária não viu a tal rede. Segundo consta não poderia ter sido construída naquele traçado e, se construída, devia, ao menos ter os exigidos equipamentos de alerta?

    Por que ninguém fala no co-piloto? No tio da cantora e seu assessor  e no outro ocupante do avião? Será que não tinham família, esposas, filhos, pais, familiares e amigos que também estão chorando e sofrendo com a trágica e inesperada perda?

    Ah, grande e poderosa mídia. Até quando tentarás adonar-se da alma dos mais simples, dos menos esclarecidos? Até quando, para conquistar audiência e leitores irás enterrando o mais elementares princípios de respeito ao ser humano e cumprimento das mais elementares bases éticas do viver em sociedade?

    Para finalizar, anexo uma postagem, cujo autor não foi possível identificar, mas que tem muito a ver com o momento. Fala sobre o que é ser piloto e o quanto falta de respeito e consideração para com a classe.

"A profissão de piloto é realmente muito fascinante, mas também muito ingrata, injusta, as vezes insalubre, e incerta.  Digo isto pois, o piloto é o único profissional que PAGA COM A VIDA, pelos riscos da profissão. Vejam bem:

Se erramos, pagamos com a vida;

Se ocorre algum tipo de pane catastrófica, pagamos com a vida,

Se há elementos, como um fio, nuvens baixas, pouca visibilidade, que venham ser contribuintes em um acidente, pagamos com a vida.

Pagamos com a vida e somos responsáveis por outras vidas.

 

E ultimamente sofremos com baixíssimos salários, desconforto, afrontas, e comentários do tipo que ganhamos a vida muito fácil...digo a vocês: Fácil, fácil meus amigos, é PERDER a vida.

 

Temos inúmeros desafios a enfrentar, estudamos várias teorias, experimentamos várias situações que potencialmente geram riscos, e na ponta da lança, lá estamos nós, pilotos que entregamos nossa vida a profissão, abrindo mão de ficar com família, deixamos de acompanhar algumas fases do crescimento de filhos, natais, aniversários, tudo isso distante de nossos entes queridos, e nada disso é levado em consideração.

 

Somos uma das poucas profissões que exigem renovações de habilitação constante, exames médicos rigorosos, estudos e atualizações tão constantes quanto os lançamentos de algumas tecnologias.

 

Pra piorar, nós estamos experimentando uma desvalorização vertiginosa de nossos conhecimentos e nossa IMPORTÂNCIA por sermos responsáveis por sua vida também, tanto por parte de Patrões, Sócios, Operadores, Diretores etc... alguns desses sequer tem noção do tanto que investimos e estudamos para estar no comando de uma aeronave de milhares e também milhões de dólares. Além disso, pseudo amigos de profissão que, para criar a oportunidade deles, propõem realizar os voos, pela metade do que é o justo, as vezes até de graça, assumindo custos que são das empresas, tudo para agradar quem não está na cabine, muitas vezes colocando em risco tudo o que muitos bons pilotos lutaram e se doaram atingir em sua vida profissional.

 

Este é um grande recado para proprietários, operadores e clientes..

 

VALORIZE OS PILOTOS !!  PONHAM A MÃO NA CONSCIÊNCIA..

 

Tenham em mente que nós somos responsáveis por vocês e suas famílias e seus clientes, quando estão sob nossas asas..

 

Por uma aviação segura e justa !!! "

    

Repelente de Chato de Hangar

            Repelente de Chato de Hangar

 

            Este escrevinhador teve o privilégio de pilotar o "15 Bis", aviãozinho louco de buenacho construído pelo Marcos Ramão Ledur. O nome para registro foi muito bem escolhido, pois, realmente foi  uma criação aeronáutica de grande impacto no meio, tal qual o primogênito "14 BIS", do baixinho aquele, chamado Alberto Santos Dumont.

            E tenho que valorizar a classe dos baixinhos, que além de servir para fazer os grandes brigarem, também têm a mania de ser inteligentes e inventivos ...

            Pois bem, o "15 Bis" foi um cruzamento de Netuno (um ultraleve básico, motor VW, bem primário,  com o Kitfox, já mais avançado e um projeto bem mais moderno, em relação ao modelo que homenageou o Deus das Profundezas ...

            Ora se Netuno seria nome para avião ...  Não é de estranhar que, com esse batismo, tenha caído no esquecimento ...

            Pois o "15 Bis", inteligentemente fabricado pelo Ledur, o Marcos, não o Chico - piloto agrícola e  irmão do construtor, aproveitou o melhor de cada um dos modelos. A esse cruzamento incorporou um par de  asas doado (o par foi doado, portanto não há erro de concordância ... ) pelo saudoso "seu" Darci, de Osório. Com um porementes: o motor era um Volkswagen 1.600 original, carburador simples, 30 milímetros. Isso era motorização mui flaquita para um tequinho, mesmo com redução a correia.

            Ainda que sendo um "cruzamento de jacaré com porco-espinho", era um "oroplano" excelente de comando, estável, enfim, daqueles projetos que a gente não consegue explicar como deu tão certo, quando, na teoria, tinha tudo para dar errado. Adaptações de célula, motorização fraca, redução a correia desdentada (ou lisa), asas de projeto totalmente diverso, etc., etc.

            Pois o manicaca aqui vivia com uma ideia fixa: o dia em que o tequinho tiver uma queda mínima de potência, não tem "escapula": vou pro chão, sem dó nem piedade.

            E voava com o 15 Bis por esse Rio Grande de Deus.

            De sair aqui de São Vicente, ir tirando retrato campo a fora, passando por Alegrete, abastecer por lá e seguir na confirmação do "como é longe Uruguaiana". Lá na costa do Uruguai, só não entrei Argentina a dentro, para não humilhar "los hermanos  com meu "Brasília voador". Sim, porque o motor era realmente um motor de Brasília.

            

Aí está ele, no dia do tal voo mui longo, em Uruguaiana

            Acham que estou mentindo? Pois vou completar: abasteci em Uruguaiana, me toquei pra Itaqui, abasteci de novo, passei por Maçambará e voltei pras casas em São Vicente do Sul, numa perna longa uma barbaridade.

            E cheguei tranquilo e faceiro.

            Mas até com o fios de cabelo esgotados de cansaço.

            Contando, até eu fico na dúvida se foi verdade ...

            Que tequinho bom!

            Até lembro que quando estava hangarado com ele em Montenegro, ficava todo sem jeito em contar minhas aventuras, porque "lá tinha" um amigo que comprara um "Conquest", se não me engano por 120 mil dólares e vivia enfrentando problemas com sua aeronave. Tantos que acabou devolvendo o "aparelho". Consta que eventuais defeitos que poderiam acontecer com toda a produção dos montadores, escolheram concentrar-se em um único aviãozinho ...

            O "15 Bis" me custara apenas dez mil reais (não dólares) e era confiável, eficiente. Era ou não de deixar o meu amigo puto da vida o fato de haver  gasto vinte vezes mais e ficar  voando sempre com o traseiro na reta?

            Ah, consta que o Conquest é um excelente avião. Aquilo foi uma Zica que atacou num lugar e num proprietário só.

            Tem outras aventuras com o "Brasília" do Lambe-Lambe, que já contei e outras que pretendo contar.

            Tanto gostei do aviãozinho que fui homenageado pela patroa Sandra, pintora (tomara que não pinte o sete ...). Perco a amizade (e o casamento) mas não perco a piada. Pois ela pintou numa camiseta o dito aeroplano.

            Devido a algum  engano fui convidado para a Festa do Dia do Aviador, em São Gabriel, entre 22 e 24 de outubro de 2021. Por conhecer o Leonardo e sua turma, conhecer melhor ainda a qualidade das carnes que eles assam por lá, montei no Kitfox e me fui.

            Como em minhas andanças profissionais, ando muito por este Rio Grande, fiz amigos por todos os quadrantes da querência. Assim fui prosear com um grupo aqui, outro bolinho ali, até que cheguei nos alegretenses. De longe reconheci o "Guerra", excelente amigo e melhor piloto. Pilota uma barbaridade, tanto avião de adulto (Globe Swift - é assim que se escreve?), Ipanema, etc.,  quanto aeromodelos. Entre outros no grupo havia um sujeito magro que ao ver o "15 Bis" estampado na camisa, começou a me especular: se eu era o piloto, se sabia quem fora o construtor, onde está agora o 15 Bis, essas coisas.

            Fui respondendo e notei que o pessoal em roda, disfarçadamente segurava o riso. E o tal magrão dê-lhe perguntar: se eu uma vez não tinha sobrevoado o Alegrete com o avião da Pepsi, pois o tequinho fora pintado com uma asa azul e outra vermelha, no mesmo tom das cores da Pepsi-Cola?

            Lá pelas tantas o tal magrão falou que conhecia o saudoso construtor, que, segundo sabia, era irmão do Chico Ledur, o piloto agrícola e de acrobacias com o RV-6. E aproveitou para perguntar se eu conhecia o paradeiro do Chico?

            Respondi que a última notícia que tinha era de que o tal maluco andava lá por Sinop,  no Mato Grosso.

            Aí o pessoal não se aguentou e caiu na gargalhada!

            Pois o tal magrão era o próprio Chico Ledur que, como muita gente sabe, teve sua época de gordo. Bem gordo. E a última vez que eu falara com ele fora na época do peso-pesado ...

            Depois andou fazendo cirurgia bariátrica, regimes, dietas e tal, ficando com o corpo de  bailarino espanhol ...

            Tudo isso para dar a abertura a um causo narrado pelo próprio na última vez em que conversamos.

            Se passou bem assim, segundo contou o, na época, Gordo Chico Ledur:

            Estavam ele e alguns amigos num papo de fim de tarde, no Aeroclube ou coisa parecida lá de Sinop quando apareceu na roda o famoso chato, aquele melhor do que todos.

            Não existe lugar no mundo livre deste tipo de inseto. Não tem veneno que mate esse organismo maléfico. Se vocês conhecerem algum local frequentado por pilotos, futuros pilotos, ex-pilotos e aficcionados da aviação que esteja livre desta praga mundial (pior do que Covid) me avisem, que vou me mudar pra lá.

            E nunca o tal ás é realmente tudo o que se acha.

            Os verdadeiros ases que conheço são humildes, discretos e não precisam, eles próprios, ficarem a se vangloriar. O talento deles já é suficiente.

            Mas o "ás" chegou arrotando goma: que fazia, acontecia, deixava de fazer e assim por diante.  Aquela conversa de irritar até a própria mãe.

            Deixou pro final a frase de efeito:

            - O único aqui em Sinop que já passou entre os dois edifícios sou eu!

            Aí se calou num pouquinho, para saborear a glória de ser o mais competente e corajoso piloto da região.

            Nisso o à época "Gordo Ledur", naquele seu jeito divertido, chegou pro "ás" no manche e falou naquele seu modo pausado e único:

            - Capaz, guri?! Verdade que tu conseguiste passar entre os dois edifícios?

            O chato de hangar estufou o peito, cresceu uns 5 cm na altura e retrucou:

            - Por acaso tá duvidando de mim? Tenho prova, até vídeo que um amigo fez!

            - Bah, tchê, lá no Alegrete é difícil encontrar um piloto com essa coragem - replicou o Chico.

            Sem grandes explicações foi saindo da roda para terminar a inspeção do seu RV e fazer o famoso voozinho de final de tarde.

            Como se sabe o Chico, além de excelente contador de causos é um baita piloto, meio maluco, é certo, mas competente e corajoso. E isso comprovam as laranjeiras, bananeiras e outras árvores domésticas que   por ele foram podadas, na devida época, em tempo recorde a poder de asa e hélice dum RV em exclusivíssima técnica agrícola alegretense ... Um parafuso chato do qual ele só saiu no solo e no hospital ...

            Decolou dito gaúcho com seu RV-6  e dirigiu-se para os lados da cidade.

            Não se sabe como, talvez pelo celular de um amigo, o tal ás no cockpit foi informado de alguns acontecimentos, arrumou uma desculpa esfarrapada e foi saindo de mansinho.

            Quando o Gordo Chico Ledur pousou, o chatonildo tinha azulado.

            Segundo consta nunca mais apareceu no tal hangar e se foi visto rondando as imediações, fazia caravolta e se mandava a la cria quando avistava o nobre representante da fronteira gaúcha por perto.

            E tinha lá seus motivos:

            O Chico "perdera" o controle do RV na hora de tentar a passagem no meio dos edifícios e o fizera no dorso ...

            Sua manobra foi o mais poderoso repelente de chatos de hangar que se viu em Sinop ...

            (Ah, a gente aumenta, mas não inventa.) Fato devidamente comprovado, verídico e acontecido.

            Chácara Analou - Encruzilhada da Mata - RS, 07 de novembro de 2021.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Dia do Aviador - São Gabriel - RS

        Como já é tradição, no Dia do Aviador, a turma de São Gabriel, Terra dos Marechais, aqui no RS, se esmerou para receber os amigos da aviação numa festa para ninguém botar defeito. E se alguém botou, é por ser espírito de porco.

        Mesmo havendo previsão de chuva no sábado, na sexta já tinha um monte de gente no aeroporto municipal, mais precisamente no hangar da Grifo Aviação, empresa do Leonardo, baita piloto de voos panorâmicos para "Lambe-Lambe"s "retratistas" como diz o Jader Dutra, decano dos pilotos gaúchos ainda em voo. Diz que além de levar fotógrafos em seu primeiro voo de foto aérea (em 1984), o rapaz fez Cavag, montou sua empresa de aviação agrícola e andam dizendo que até sabe fazer pirueta em aeroplano ...

        Para ter uma ideia da dedicação e presteza dessa turma da fronteira sudoeste, vou contar o acontecido com este manicaca aqui.

        Tenho cordas de amarração, mas aqui na pistinha de pobre as estacas normalmente são pedaços de tramas de cerca velhas ou outro pedaço de pau disponível. Claro que não poderia levar um monte de lenha no Kitfox, porque ele já é apertado sem grandes bagagens, levando barraca e colchonetes para acampar, até as pulgas tiveram que saltar fora.

        - Leonardo, tô com um problema, não tenho estacas.

        - Pode deixar que eu arranjo. Fica tranquilo - foi a resposta.

        Tanquilo fiquei, mas tranquilo demais, que fui tomar uns choppinhos, mais outrinhos, etc.

    Deu a lógica: acabei indo para a casinha que me cederam para não ter que armar barraca (com toda a estrutura - cozinha, sala, geladeira, fogão, etc.), me atirei na cama e ferrei no sono. Acordei com um barulho de vento, não tão forte, mas preocupanter, pois a previsão erea de chuva. 

    Pensei: "Se "enfortece" o vento, me levanto e vou cavar alguma coisa para estaquear o teco-teco."

    Não "afortou", felizmente. 

    De manhã cedo levantei e fui direto ver se o Kitfox não estava de perna pra cima. 

    Pois não é que tava amarrado com umas estacas todas especiais, que devem valer mais do que o avião fixado com elas.

    Vejam "vancês": o dono vai dormir e deixa uma "garça" levezinha sem nada para prendê-la ao chão, por esquecimento. 

    O organizador da festa, com mil e uma outras preocupações, à uma da madrugada estava lá, amarrando o tequinho.

    Se eu pegar alguém falando mal da equipe de S. Gabriel, acho que, mesmo pequeno como sou, banco o garnizé e parto pra briga. Dou um boi pra não entrar e uma tropa pra não sair. 

    Leonardo e todos da equipe: vocês são a prova de que neste Rio Grande de Deus, a tradição de hospitalidade ainda é cultivada.

    Mesmo com a previsão de chuva (e se confirmou) para sábado, veio muita gente. No domingo pela manhã devem ter chegado mais de dez aviões. No total, em termos de aeronaves presentes, acho que neste 2021 foi batido o recorde, com Covid e tudo.

    Parabéns, amigos de São Gabriel!

   Nota 1.000000000000000000000000000000000!

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    E já desafio o pessoal:

    Quem não for a S. Gabriel em 2022 é ...!!!

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domingo, 17 de outubro de 2021

Recomeçando a Postar

 Esclarecimento

   O blogueiro anda num corre-corre danado. É retrato aéreo a fazer, cuidar da chácara, pilotar o tratorzinho recém-adquirido para plantar alguma coisa, serviços de limpeza, etc., retorno à advocacia, tudo sobrecarrega um cristão. 

   Essa de advogar de novo, então, é de amargar.

Agora inventaram  que tudo quanto é processo tem que ser digital, um tal de Eproc. Resumindo: o trabalho burocrático que antes era feito pelos cartórios, secretarias, etc., agora, em sua maior parte cai nas mãos do "nobre caudísico" que vai acabar virando "pobre raquítico" de tanto se esfalfar no reaprendizado digital. Tem veterano que estava na ativa e resolveu parar, por achar a dose muito pra elefante. Imaginem quem estava fora do dia-a-dia forense. 

   Mas "não podemo se entregar pros home, de jeito nenhum, amigo e companheiro": tô peleando, tipo briga de foice no escuro. Eles que se cuidem: o Lambe-Lambe vai voltar com tudo, aos 69 anos pra advogar melhor que muito guri novo. Só que isso rouba um tempo ...

  Pois bueno, mesmo com toda essa incomodação, vou tentar manter uma sequência de postagens, no mínimo semanal.

   Nesta, vou aproveitar algumas postagens de grupos de aviação, Hangares Gaúchos, Kitfox Brasil, etc.


  Agradecimentos a todos e, especialmente o meu respeito e admiração à Sandra Rejane da Rosa, que cumppriu bravamente sua jornada de professora e, aposentada ainda continua ajudando crianças no aprendizado

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   E mais uma grande Companhia de Aviação se vai!

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Não Esqueçam: no próximo final-de-semana tem a famosa festa em comemoração ao Dia do Aviador em São Gabriel. Quem não for é a mulher do padre ...


    Foto da Festa de 2020.

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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Peso Excessivo, Conflito de Cabine e Inexperiência




   Segundo o que se conseguiu apurar, o fato ocorreu no Aeroporto Carlos Prates, Belo Horizonte, com um Sertanejo, full tanques, seis passageiros e muita bagagem. A decolagem estaria sob o comando do copila, inexperiente no avião. 
   A coisa não terminou em tragédia porque os anjos-da-guarda estavam todos de plantão e atentos. O comandante reassumiu e teve que brigar com o copila para que o infeliz descristalizasse e largasse os comandos. Apavorado, queria porque queria manter o avião com o nariz erguido, o que certamente acabaria em estol ou choque com os prédios.
   Todos erramos, mas num aeroporto em altitude, tanques cheios, lotação plena, bagagem, mesmo assim arriscar uma decolagem, é fazer um pacto com o comandante dos infernos. 
   O mesmo comandante que errou ao permitir o comando ao copila, felizmente soube o que fazer e o caso não virou estatística trágica por pouquíssimo, como se viu. 
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Caso Parecido

   Este escrevinhador frequentou muitos aeroclubes por este Sul do Brasil e conheceu todo o tipo de pilotos, desde os bons e humildes, até os ruins e petulantes.
   Estava num determinado aeroclube, eis senão quando, um construtor de aeronave experimental entra a fazer corridas de pista com o aviãozinho recém-acabado. 
   Não é preciso dizer que num avião desse tipo tudo pode acontecer nos voos de teste, inclusive sair voando perfeitamente já na primeira  decolagem.
   Todo aeroporto tem sua pista mais favorável e segura. Ou pela direção do vento predominante, ou pela configuração do terreno, turbulências, redes elétricas, etc. 
   E este não era diferente.
   Acontece que naquele dia o vento era Norte, o que obrigava a se usar a pista inversa à favorita de todos os  pilotos. 
   Começa que com o vento Norte sempre vem junto a temperatura alta e a pressão baixa. Aí temos pouca sustentação. Para ajudar, naquela proa a rampa de decolagem passava por uns eucaliptos já na cabeceira e uma elevação logo a seguir. Junte-se a isso um avião em teste e temos todos os ingredientes para uma cacaca das boas. 
    E o cidadão construtor dê-lhe a fazer corridas de pista. Logo depois entusiasmou-se e passou a tirar o avião do chão para pousar em frente.
   Todos sabem que guri que ganha brinquedo novo não quer que ele fique no pacote. Quer desembalar e mostrar pros amigos a novidade.
   Estava preparando-se a coisa. 
   Deu a lógica: o homenzinho foi pra cabeceira, empurrou a manete, soltou os freios e se veio. 
   Tirou o avião do solo e, como não queria pousar em frente mas decolar mesmo, manteve o nariz erguido, na tentativa de ganhar altitude antes dos eucaliptos e da elevação topográfica. 
   E se foi com o aviãozinho pendurado na hélice, embarrigado, num arrasto brutal, brigando com a falta de sustentação e a péssima razão de subida. 
   Já percorrera tanta pista que agora era voar ou voar, que não havia como pousar em frente. 
   Que ceder o manche, para a tentativa de trocar  altitude por mais velocidade, que nada. Prosseguiu com aquele enorme ângulo de ataque, aproado com os eucaliptos e baixa altitude. Os assistentes de cabelo em pé, sem nada poder fazer. 
   A gente sabia que, bem pertinho dos eucaliptos, com aquele vento, havia uma descendente. Se o piloto não conseguisse uns pezinhos a mais de altitude, arborização na certa.
   E prosseguia o embarrigado aviãozinho em sua atitude paralela ao solo, nivelado com dois terços da altura dos eucaliptos.
   Contávamos como certo o enrosco com o mato, quando o Patrão lá de cima deve ter enviado uma rajada de vento de proa que deu um ganhozinho de altura e, lambendo a grimpa das árvores lá se foram o recém-construído avião e recém-cagado piloto rumo à coxilha logo a seguir, também escapando por pouco. 
   Como certa vez um colega  me chamou num canto para pedir que  parasse com as valentias de enfrentar ventões com um precário Netuno e  sua advertência possivelmente permitiu que eu continue vivo, achei que era meu dever retribuir e ajudar um colega.
   Pois na maior da boas intenções fui prosear com o assustado comandante e sugerir que ele terminasse a fase de testes em uma pista maior, de cabeceiras desimpedidas.
    Para que? O sujeitinho ficou brabo comigo e até hoje quando me vê, fala para os circunstantes que eu tive "a capacidade de sugerir que ele pusesse a aeronave num caminhão e fosse fazer a experiências iniciais noutra pista".  
   Ao que sempre respondo: se porventura te vir outra vez, à beira duma zebra das grandes, em vez de tentar preservar tua vida, vou é falar com dono duma funerária e pedir uma comissão para não me importar com a vida de colega que, como todos nós, comete erros. Com a diferença de que quase todos aprendemos com eles ...
   Pois bem rapaziada, velharada e demais da aviação: se apenas puxar o manche garantisse altitude, voar seria moleza. Tem horas em que a única saída é não se assustar, ceder o comando, ganhar velocidade e, somente no último instante chamar para saltar o obstáculo, mesmo sem vara...
   Se o avião está embarrigado e não sobe, ao picar o manche para ganhar velocidade ainda há uma chance. Chegando no obstáculo lento e embarrigado - situação pra lá de encardida. Só resta optar pelo único procedimento que pode dar certo. 
   E mais não digo, porque não sei. 
   Ou, sei lá, entende?
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 Possibilidades de Melhorias para Aviação Leve
encaminhada
**Pessoal, boas notícias para nossa aviação**
Desde março a Anac convidou todos os fabricantes de LSA a nos reunirmos semanalmente para ouvir nossas demandas e estudar as normas ASTM para expansão do LSA!!!
Ontem tivemos uma reunião e ela nos trouxe muitas notícias boas!
A primeira delas: as S-LSA agora podem sair com marcas de nacionalidade diferentes de PU! Ou seja, agora podemos escolher PP, PT, PR e PS como os homologados!
Elas também poderão efetuar voos noturnos (desde que saiam com as luzes TSO) e poderão ser IFR (somente VMC)! Neste caso ainda estamos estudando a questão da habilitação do piloto!

Também poderão efetuar voos panorâmicos! 

Nossas experimentais poderão ter seus CVAs emitidos pelos responsáveis técnicos previstos na IS 21.191-001A!!

A outra ótimo notícia é que semana passada terminamos o estudo das normas ASTM para expansão dos LSAs para aeronaves até 4 ou 5 lugares!!! Nossa proposta deverá ir para consulta pública e breve!!! Mas estamos muito confiantes que irá passar, e para isso contaremos com a participação de todos vocês, e será excelente para nossa aviação brasileira, que voltará a crescer se Deus quiser!!! 
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domingo, 15 de agosto de 2021

 


Pobre e Pobrice ...

 

Fiz baita planejamento.

Uma enorme economia,

Pois uma viagem queria,

Cabendo no orçamento.

E desde aquele momento

Guardei moeda a moeda,

Mas nosso real em queda

Por pouco bota pro chão

A viagem de avião

E a cosa quase se enreda.

 

Não tá morto quem peleia.

Não entrego a rapadura.

Mesmo na maior lisura,

Sem medo de cara feia,

Por pouco ninguém me apeia,

Que sou quera de coragem.

Co' a prenda me fui pra viagem

Pra ver a filha no Rio.

E também fugir do frio,

Presente cá na paragem.


 

Até parecia um sinal

Ou um aviso e conselho,

Quase que o aparelho

Decola sem o casal.

Chegamos já no final;

 No tal "Embarque Encerrado";

Felizmente ajudados

Por prestativa guria,

Que vendo tanta agonia

Foi nos mostrando o traçado.

 

Tavam a cancela fechando

E o mal sempre se agrupa:

Nossa mala de garupa

Lugar não mais encontrando.

Falaram: só despachando.

Que situação mal parada,

Pois se nem encruzilhada

Tinha pro tal despacho.

Me afrouxou o barbicacho

Com mais essa trapalhada.

 

O  despacho então foi feito,

Sem cachaça, sem galinha.

Na casinha o comandante

Falou: "Tá tudo a preceito.

Com calma e com muito jeito

São Paulo vem num instante

Tem cerração bastante

Mas já tô acostumado

E sempre tenho encontrado

O campo da aviação

Les garanto que este avião

Hoje não vai ser quebrado."

 

Lá na terra da garoa

Houve a tal baldeação.

Montamos noutro avião,

Bagagem, eu e a patroa.

E uma notícia boa

Do comando então nos veio,

Quem mandava no apareio

Dessa vez era mulher,

Que fez o voo correr

Bem no rumo do rodeio.

 

E o Santos Dumont era

O destino do aparelho.

O mar tava um espelho

E a comandante, mui fera

Pros pintos então deu quirera,

Na tal aproximação

Não é que passa co o avião

Abaixo do Redentor?

E completando o favor

Lambeu o Açúcar do Pão!



 Prum panorâmico fazer

A cosa se para hosca,

Pois um avião de rosca

Mil pilas nos vai morder.

Só nos resta agradecer

Para essa comandante,

Parece que adivinhante

Da guaiaca na magreza;

Do Rio nos mostra a beleza

Em cortesia marcante.

 

 Pois no início falava

Em aliviar a friagem.

Por isso a tal viagem

Pronde o calor estava.

E quando a gente chegava,

Sabem quem tomou  assento?

A confirmar o azarento

Dito: se pra praia o pobre sai,

Chuva ou frio também lá vai

E quase sempre com  vento ...

 

 


  Aqui, Niterói, com um vento gelado e até uns pingos ...