sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Segurança do Hangar

 O Mano, quando chega o entardecer começa sua ronda para evitar que os ratos cheguem perto do Kitfox.
Enquanto isso eu e a patroa mateamos num ambiente "mui estressante" ...

domingo, 25 de setembro de 2011

Causo Narrado pelo Deoclécio


Causo Narrado pelo Deoclécio

Pouso com Ventão de Través

Passou-se ansim:

- Diz que lá pelas bandas de Itajaí, nos plagos catarinense, um desses piloto recruta, que tá empeçando as peleia com os apareio, estava nas berba de ir pro tal de cheque.

O peão deu uma sorvida no amargo, depois cuspiu pro lado de montar e seguiu narrando:

- O rapazote não era lá mui assustado, desses que corre fantasma a canzil, no más! Facero que nem bolicheiro em dia de cancha reta, aguardava ansioso pelo avoo, pois ia confirmá o solo. Pela primeira vez iia se afastar da pista, sem um instrutor dando as garantia.

- O instrutor fez o tal de "bifing" ou seja lá o que for de palavra afrescalhada de gringo e dirigiram-se para o Paulistinha, devidamente aperparado pelo aluno. Diz que nesse negócio de "bifing" o instrutor alertou para as particularidade da região nessas cosa de tempo. "Duma hora para outra bate um ventão e a gente deve sempre contar com o pior e saber como enfrentar a situação" - falou pro novato.

- O ventinho que soprava vinha do leste, mas era cosa poca.

- Se foro pro firmamento, dum azul forte, com uma ou outra nuvenzinha, diz que desses tal "acúmulo". Fizero as manobra prevista no Manual e o instrutor autorizou o poso. Em vez de se dirigirem pro galpão dos apareio, pararam levemente afastados da pista e confirmou-se que tinha chegado a hora. "Fica tranquilo. Tu estás bem preparado. É só fazer o que tu sabes que vai dar tudo certo. E fica atento com a biruta, para ver se não aumenta o vento, quando voltares."

- Lá se foi o guri. Já se sentia homem, piloto, de verdade.

- Ficou cosa duns vinte minuto na área de manobra e se tocou de volta. Quando chegô no tráfego, arrepiô os cabelo de um tudo. A biruta tava retinha, de tanto vento. E bem de atravessado!

- Benzeu-se, agarrô-se com tudo quanto era Santo e repassô a forma de como fazê um poso com um ventão daqueles!

- Tremendo que nem vara verde, mas mantendo os pensamento concentrado fez os procedimento. Quando entrô na reta final, abaxô a asa do vento, deu um pedal contrário e veio pro tudo ou nada, pensando "se só desmanchá o Paulistinha e não me machucar, estou no lucro".

- Diz que o toque foi suave, a correção dessa tal de caranguejada foi feita no momento justo e, agradecendo aos Santos, confirmando a generosa oferta na Igreja, benzeu-se e foi pro galpão de guardá apareio.

- Meus parabéns - falou o instrutor.

- Provaste que sabes controlar um teco com vento de través, mesmo quando não há vento de través.

- Como assim? Sem vento? Olha só a biruta. Tá na horizontal, de tão forte que é o ventão.

- Mas ao olhar praquelas banda, a biruta tava murchinha, sinal de nenhum vento.

- Voltando de lá, com uma escada e um cabo de vassora na mão, que fora tirado de dentro do tubo de pano, um aluno veterano se desmanchava de ri, com o final da empulhada ...

Diz que o referido pode ser verdade de dou fé.
Vilsom Lambe-Lambe Barbosa

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Para Incluir no Cheque Pré-Voo

  Agora, para preparar o avião, tenho mais uma tarefa: ver quanto ninhos os passarinhos fizeram ...


Por vários motivos fui obrigado a ficar mais de vinte dias sem voar. Com algum informante secreto, as "corruíras" descobriram, andaram ligeiro e fizeram um ninho antes que o piloto voltasse. Imaginem se eu fosse que nem muito apressadinho, que senta, vira o arranque e se manda pista a fora... Com o aquecimento, os pauzinhos secos, as palhas e outros ingredientes, certamente pegariam fogo e, aí o manicaca ia ver o que é bom pra tosse.


Passeando pela querência.

sábado, 17 de setembro de 2011

Dia da Criança

   Muitos de nós, quando crianças, ficávamos babando ao ver um avião  cruzar os céus. Alguns ou também muitos, como eu, só puderam voar um tempão mais tarde. Pessoalmente, só fui entrar num avião com 29 anos.

   Lembro que uma de minhas diversões prediletas, em São Leopoldo, lá por 1960, 1963, era, nas tardes de domingo, olhar um, acho que PT-19, algo asssim, fazendo "piruetas", segundo meu pai e "cambotas" (abreviação de cambalhotas)  segundo mim próprio ...

  A vida nos privilegiou e hoje podemos ganhar os céus por nossos próprios meios.

   Ironicamente esquecemos que fomos crianças, exceto quando entramos no avião, pois pilotar, nada mais é do que nosso brinquedo de adultos ou velhos .... Mas não lembramos mais da criança que fomos com sonhos inalcançáveis.

   Já falei sobre o egoísmo dos pilotos.

   Repito que somos, na maioria, muito egoístas. Pessoalmente admito, mas luto contra isso.

   E nessa luta bolei fazer dez crianças de minha pequena São Vicente felizes.

   É simples, ofereci dez vôos panorâmicos a serem distribuídos, cinco por sorteio e cinco por avaliação das melhores redações dos candidatos, alunos entre as terceiras e quintas séries. Resolvi não fazer apenas pela avaliação, pois os mais humildes, quase certamente ficariam alijados da possibilidade de realizarem seu sonho de voar.

   Todos já levamos amigos ricos, muito ricos, até milionários a voarem de graça. É ou não uma baita injustiça, levarmos de graça quem pode pagar e nos esquecermos daqueles que nunca terão esta chance?

   Se você não aceitar a ideia a não der carona pelo menos a uma criança, nada de ruim vai lhe acontecer. Seu avião continuará voando, você continuará com saúde.

   A única coisa que poderá acontecer é aquela estranha falta, aquela sensaçãozinha de que você poderia ter sido útil, poderia ter espalhado um sorriso, uma alegria, uma realização.

   Talvez você pense que essa sensação de plenitude não lhe faz falta, que o avião lhe custou uma fortuna, ganha com muito trabalho e agora é a sua vez de desfrutar dos louros.

   Claro que está coberto de razão.

   Você não é obrigado a ver um sorriso infantil, você não é obrigado a realizar o sonho de ninguém. Você é um homem feliz, um piloto de experiência e guri nenhum vai sujar seu brinquedo.

  É isto mesmo, mas, doa a quem doer, isso tem nome:

   Egoísmo e dos bons!

   Ah, e se tomar a decisão de nunca mais ler este blog é porque acertei na mosca ...

  E se um tomar a decisão de levar ao menos uma criança carente, já fico feliz.

                                      Publico umas fotinhos lights, para desestressar ...


Fera e a guaxa Vitória

Quando não estou voando, viajo pelo RS, vendendo fotos aéreas, mas também faço fotos terrestres ...


Se cada flor virar uma pera, tô empanturrado, no próximo verão ...







  
  

I Encontro dos Jurassiacs

   Este escrevinhador, na década de 60 e início de 70 do século passado foi aluno de internato do Instituto Adventista Cruzeiro do Sul. Não tenho vergonha de dizer que aqueles foram os melhores anos de minha vida e de muitos que por lá passaram.
   O Cesar Ludwig, também interno, internado, sei lá, entende? - teve a excelente idéia de organizar um encontro. Pretendia reunir 140 pessoas dum grupo esparramado, com gente que não se enxergava há quarenta e cinco anos.
   Pois não é que apareceram quase trezentos elementos?
   A ideia realmente foi ótima. A alegria de ver amigos que há tanto não encontrávamos é indescritível. Pessoalmente nunca havia passado por uma experiênncia dessas e foi ótimo ver que todos partilhavam da mesma alegria, ou seria euforia?!
   A turma que mais enviou gente, curiosamente foi aquela em que o Lambe-Lambe estudou, com oito representantes. A foto tá meio desfocada, pois foi feita por alguma pessoa também sob emoção ...

   E conto uma das tantas aprontações da rapaziada medonha:

   Como em todo o colégio, lá também havia a recepção dos calouros e respectivo trote.
   
   Quem teve a ideia, não sei, mas inventou-se a Caçada de Tirisco.

   Tirisco, para quem não sabe, é um bicho que só existiu na imaginação daquela turma ...

   Escolhido o calouro-vítima, um dos veteranos o convidava para Caçar Tirisco, animal de carne saborosa, habitante apenas dos matos que margeavam o Rio Santa Maria ou Paranhama e o Rio dos Sinos, ambos cruzando perto do IACS e encontrando-se uns três quilômetros abaixo.

   A técnica para se caçar o bicho era espantá-lo com muito barulho rio abaixo, até a confluência dos  rios, pois sua vulnerabilidade era a de não saber nadar. Encurralado, e apavorado com o barulho, era a maior barbada pegá-lo e fazer um churrasco de primeira. Diziam que a carne tinha gosto de gado, ovelha, galinha, etc., tudo o de que o novato gostasse.
   Combinada a noite da caçada, muniam-se os caçadores de latas grandes, tambores, se desse para surripiar da banda do colégio e se iam para a margem do rio.
   O novato era instruído a não parar nunca de bater lata, mesmo que os outros houvessem parado, evitando que o bicho retrocedesse e não descesse até a confluência dos rios.
   Claro que os veteranos largavam o calouro num ponto isolado com instruções de não estragar a caçada de forma alguma. Se ele parasse, adeus churrasco.
   Muitos caíram no trote, mas a grande maioria batia lata um tempo e, lá pelas tantas se flagrava.
   Um houve, que, entusiasmado com a possibilidade de comer carne, pois o refeitório do colégio era vegetariano e carne, necas ... ficou batendo lata até o dia clarear.
   Como naquele tempo o bulling não estava na moda, adivinhem qual o apelido que dito cidadão ganhou?
   Tirisco.
   E, o pior é que o homem não gostava e, dizem, não gosta do apelido.
    Tanto que não compareceu, temendo convite para a caçada de algum novo bicho exótico ...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Encontro de Sobradinho

O comandante Gérson recebeu os amigos em Sobradinho, no domingo, 11 de setembro do ano da graça de dois mil e onze.

A turma foi chegando, chegando ....

Lotando o estacionamento do Aeroporto Internacional do Fumo em Corda ...

Aqui, à esquerda, meu "ídalo" Jajá, o guri de 75 primaveras, faceiro que nem mosca em tampa de xarope, depois de haver voado desde São Gabriel com seu RV-acho que é 8. Notar o olhar de respeito e atenção da "manicacada" toda. Chegar a esta fase da vida no comando dum RV é para quem pode, não para quem quer.


Ao centro o anfitrião.

Este aí correu sério risco. Com essa turma toda reunida. se tivesse ocorrido um erro de cálculo e faltado carne pro churrasco, nem com todo o preparo físico dum atleta olímpico, ele escapava.

Sempre tem a hora da decolagem de despedida. O Pôr-do-Sol sempre acontece. Embora esse, acho que seja o avião do próprio Gérson, se não me falha a memória, nem me pisca a vista ...
O Barbosa Lambe-Lambe não pode comparecer, por estar num outro evento, o encontro dos Jurássicos do IACS (Instituto Adventista Cruzeiro do Sul), de Taquara. Foi um encontro maravilhoso em que amigos que não se viam há quarenta e cinco anos se reencontraram.
A lamentar, apenas a ausência do maior caçador de Tirisco de todos os tempos, mas essa história eu conto outro dia.
Todas as fotos são do Ademir Fortes, piloto de Cachoeira do Sul, terra de minha prenda.
Obrigado, parceiro.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Definições Definitivas

"ÁS"TERÓIDE:
   Aquele que não pousa, colide com o planeta Terra...
  

Teco-teco na linha ...

Esta foi enviada pelo Nedio Marques da Rocha, de São Pedro do Sul, no momento piloto de moto, mas muito fã de aviões, tanto os "aparelhos" aeronáuticos quanto os outros ...
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sábado, 3 de setembro de 2011

Mocotó do Lambe-Lambe - prorrogação ...

Num sábado especial de lindaço a turma dos Mistrais do Centro do RS cumpriu com a promessa e foram Mocotozear, na Chácara do Lambe-Lambe, Retratista, como diz o Jajá ...

Em primeiro plano o Mistral do Leomar Alves, de Agudo, depois o do Felipe e mais ao fundo, o do Eduardo, os últimos de São Gabriel. No avião do Felipe veio o Adriano e com o Eduardo o "Menino" Rodolfo.

Detalhe do avião do Eduardo.

Até que o lugar onde mora o Retratista não é tão ruim ...

Avião do Felipe.

O "Lambe-Lambe" às vezes bola uns ângulos meio diferentes.

O Adriano assou umas picanhas e outras carnes, que ficaram de dar água na boca. Acho que eles não acreditaram muito na existência do Mocotó, um mês depois do primeiro encontro deste ano ...


Foto para a poster"idade". Todo o mundo está na idade posterior ...
Da esquerda para a direita: Leomar, Felipe, Sandra (a verdadeira mocotozeira), "Menino" Rodolfo, Eduardo, Nédio, Adriano.

O Eduardo preparando-se para retornar à Terra dos Marechais e dos Mistrais ..., fiscalizado pelo Rodolfo e o Nédio, com ares de Clint Eastwood de cancha-de-bocha ...
Seu Leomar, voltando para as casas, em Agudo.


Felipe a Adriano, depois de churrasquearem, mocotozearem, comerem moranguinho com Leite condensado, tomarem cafezinho e  arrematarem com laranja superamadurecida. Sei não, mas acho que este foi o primeiro Mistral propelido a turbina ...

Gurizada Medonha:

A Sandra e eu agradecemos de coração a presença de todos.
Voar é a melhor coisa do mundo. Pousar e "mais melhor".
Mas o "mais melhor de tudo" é fazer amigos voando!