sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Bruxa Está Voltando

   Este blog era para ser apenas sobre amenidades, humor, crônicas, histórias, estórias, etc.

   Como a vida humana é muito mais importante, tenho que sair do rumo principal e falar sobre os recentes acidentes fatais que temos enfrentado.

   Semanas atrás, em Santa Catarina, avião cai no mar, ocupantes saem ilesos e dois morrem afogados logo depois, escapando apenas o menino de doze anos.

   Voar sobre água sem o colete salva-vidas é uma temeridade. Use qualquer tipo de colete, barato, caro, sofisticado, simples, mas use. Se não tever colete, leve um garrafão de água mineral, desses de três litros, várias garrafas pet, qualquer coisa que flutue. Não imaginam a preciosidade delas numa emergência.

   Há anos publiquei uma foto minha voando no litoral catarinense, com um colete que fora de minhan filha quando criança. Fiquei parecendo uma velhota de sutiã dos antigos ... Não precisei, mas se precisasse, garanto que me ajudaria e muito.

   Doutra feita, para atravessar o Guaíba, coisa de 5 km, se tanto, além do colete, levei um galão de óleo vazio e bem fechado, amarrado a uma linha de pesca, para atuar como localizador do Netuno, se desse uma pane na água. Um colega perdeu um ultraleve porque nunca mais conseguiu localizá-lo.

   Nunca esqueçamos a Lei de Murphy: "Se pode dar errado, vai dar errado." Não dá para contar com a sorte, apenas. Precisamos ajudá-la.

   Com relação ao Kitfox, com motor Fusca, pode ser que a hélice fosse de fibra e não houvesse redução. Assim, o calor do virabrequim vai direto para a fibra, superaquece e, pronto, derrete-se o cubo da hélice. 

   Como sabem, tenho sete pousos fora e, felizmente, sempre saí ileso. Claro que a sorte ajudou, mas, quando o ventilador pára,a primeira coisa que faço é manter a velocidade e a segunda é ajustar bem os cintos. Depois, se der tempo, faço o resto, como escolher pista, tentar resolver a pane, desligar elétrica, fechar seletora, mas isso de nada adianta se a gente não está mais voando.

   Na pane, ajuste os cintos e mantenha a velocidade antes de mais nada.

   Mentalize a variante da lei de Murphy: "Se pode dar certo, vai dar certo".

   É difícil, mas concentre-se tanto no voo, que você não terá tempo de pensar em coisas ruins e se estressar.

   Aqui no Rio Grande há o ditado: "Não tá morto quem peleia!"

   Concentre-se na peleia pelo voo, faça qualquer coisa, mas faça. Decida qualquer coisa, mas decida. Não cristalize nem grite pela mãe. Ela dificilmente ouvirá.

   Se não puder resolver a pane, se não puder fechar seletoras, desligar magnetos, essas coisas, paciência.

   O que importa é chegar ao solo em atitude de voo, planado e lento, se der. Não tente esticar o planeio, cabrando, só porque ali na frente tem um campinho que parece mais amigável. Chegar na paralela com o solo é o ideal. Angulos retos só são importante em trigonometria, não em pouso de emergência.

   Espero que nunca mais sofra pane, mas, não estou falando sem conhecer  o assunto  na prática , como os famosos pilotos de mesa.

   O que estou falando já me salvou e espero que ajude a salvar mais amigos.




  

Andando pelo Rio Grande

Andando pelas bandas de São Borja, Maçambará, meio que pela divisa com S. Francisco de Assis, a gente ainda encontra um processo de desertificação. Está sendo combatido com outro tipo de deserto, o verde. Pode se ver o "reflorestamento" com eucalipto. E agora? Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come ...


Mas a essência do gaúcho permanece. Final de tarde, na lida campeira, passando ao lado do túmulo dalgum taura peleador nas intermináveis guerras da fronteira gaúcha.
 

Esse o "teco" do Frizzon, presidente do aeroclube de São Borja, que está numa baita luta para reerguer a entidade. Beleza de Cessninha!

Ao fundo o brasão do Aeroclube de São Borja.

Beleza de CAP 4. Todo reformadinho. Até dá vontade de fazer o PP de novo ...

Olha o capricho do interior.


O Frizzon, de vermelho, parabenizando o Alex Cruz, pelo recente cheque para Piloto Comercial. Pena que não pude ficar pro churrasco. Alex, me deve essa ...



domingo, 4 de novembro de 2012

Recomeçando os "avoos"

   Como vocês já sabem "assucedeu-se" um incidente aeronáutico com o Kitfox, quando a ponta de eixo resolveu quebrar-se e ver se eu conseguia fazer o pouso com um pneu só, mas sem saber que havia perdido o dito.
   Deu a lógica.
   Pilonei.
   Agora, depois que acalmou-se a história da candidatura a vereador, onde o povo deu provas de que sabe votar muito bem e me deixou de fora ... vou voltando com os escritos ...
   Fazendo um parêntese: dos três únicos candidatos a vereador com curso superior, sabem quantos se elegeram aqui: nenhunzinho.           
   Inclusive este escrevinhador.
   Tinha até gente que no horário político se gabava de ser semi-analfabeto, outro vangloriando-se de que não tinha cultura e por aí a fora.
  Tive vontade de devolver o diploma de bacharel em Direito, cancelar a OAB, o CRECI, o brevê. Afinal, para que serve preparo aqui nestas bandas?
   Mas, voltando aos assuntos aéreos:
   Sabem por que pilonei?
   Les conto, como diz o Deoclécio:
   Foi trocado o sistema de freio a lona para freio a disco.
   Saliento que essa troca não foi feita sob minha propriedade, nem supervisão.
 Para que se acomodassem o disco, as pastilhas, etc., foi necessário alongar a ponta de eixo.
   Um fatorzinho de risco.
   Alongado o eixo, verificou-se que os rolamentos eram pouco menores no diâmetro interno. Que se fez?
    Torneou-se o eixo, tirando coisa de um, dois milímetros de material, num eixo já alongado.
    Outro fatorzinho de risco. Somado ao primeiro.
    Ao tirar-se o material, não se torneou em cone ou em curva: fez-se a mera diminuição de material em ângulo reto.
    Fatorzão de risco, que só um criança não vê.
   O fatorzão, mais o fatoresinhos, encaminhavam tudo para a cacaca.
  E ela veio. Demorou, milagrosamente, mas veio e comigo no tequinho ;...
   Não estudei engenharia, não sou mecânico, mas o bom-senso indica que não se poderia cometer três erros em cadeia sem que houvesse cacaca.
   Por que será que tudo quanto é ponta de eixo automotiva é cônica? Para aumentar a resistência, lógico.
   E como é que um mecânico ou engenheiro de aviação me faz uma coisa desse tipo? Alongar ponta de eixo, tirar material e, para completar, tirar de forma errada?
   Às vezes me dá vontade de largar tudo e entrar numa escola de mecânica, engenharia, sei lá. Garanto que esse tipo de coisa não faria.
   Poderia até fazer pior, mas esta foi de matar o guarda, ou esguaslepar piloto pobre de guaiaca ...
   Desculpem os bons mecânicos e engenheiros, mas detonei um rico aviãozinho, podia ter me quebrado ou ido voar lá em cima, por causa de comodismo ou erro injustificável de alguém que, ou não tem capacitação, ou tem, mas, pior, é preguiçoso e preferiu o caminho mais curto da gambiarra...
   Ainda bem que os bons são maioria, como diz a propaganda.