Tapado de cerração
Amanheceu por aqui,
Na costa do Toropi.
Primeiro, meu chimarrão
Depois me fui pro galpão
Adonde guardo o aparelho,
Sempre atendendo ao conselho,
Pra quem a voar começa:
No preparar vá sem pressa
Pra poder morrer de velho!
Na semana do Aviador
Se repete, sempre fiel,
Na grande São Gabriel,
A festa que é um primor.
E não é nenhum favor,
Que é das melhores, falar,
Vale a pena o índio voar,
Mesmo de pago distante.
É muito gratificante
Os amigos encontrar!
Consultei a "segurança"
"Será que dá pra voar?"
"Tu para de incomodar
E vai logo pra festança.
Te prepara pra lambança
Na hora da tua volta.
A sós, a gente se solta.
Coisa boa é fazer arte.
E tu faz a tua parte:
Aceita e não te revolta!"
Fui seguindo minha sina
De piloto, aviador,
Num trote de marchador,
Me fui comprar gasolina
Lá na venda da esquina.
Trouxe, então, pro meu box.
E não há quem não remoce
Conquistando a amplidão,
Inda mais se o avião,
É "crioulo", Kitfox!
Foi mermando a cerração.
O céu aos poucos se abrindo.
Aí eu me peguei rindo,
Faceiro de coração.
O voo sai e, então,
Solto o freio, sem barbela
Por que o Céu não tem cancela.
Vou no rumo do churrasco;
Que são bons, não fazem fiasco.
Sempre tá cheia a gamela!
Como era meio dia
Na hora da decolagem,
Chacoalhei durante a viagem
E isto ao velho judia.
O esqueleto pedia
Pouso imediato, de pronto.
Quase me paro tonto,
Mas o esforço não foi vão:
Pois mal pousei o avião,
A carne ficou no ponto!
Boa carne, boia boa,
Chopp e, também, cerveja.
Acho que até carqueja,
Pra não se ficar à toa,
Quando na tripa ecoa
O pedido de banheiro.
E o quera vai mui ligeiro
Se esconder lá nas macegas.
Se limpa e preserva as pregas
No velho estilo campeiro!
Mas nessas horas, lhes digo:
O importante do ritual
É o convívio fraternal;
É o abraço do amigo,
Que nos oferece abrigo
E muita hospitalidade.
E que a grande amizade
Da Terra dos Marechais,
Cresça sempre, mais e mais,
Dure pela eternidade!
À esquerda, outro ícone da aviação, Paulo Machado, piloto e construtor de aviões. Esse foi o tal que construiu um avião na garagem de casa e, somente quando ficou pronto, foi que se deu conta de que não tinha porta suficiente. Solução: derrubar parte da parede ... E ele não nega ...
que legal!! lindo poema e que festa bacana!!
ResponderExcluirTá deixando a barba crescer pra fazer bico de papai Noel virtual?? rs
Parabéns aos pilotos!! muitos céus de brigadeiro!
B'Ju
Obrigado, minha quarta leitora. Bj.
ResponderExcluirMuito muito bom um grande abraço.
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