Relembrando os Velhos Tempos
Pois um passageiro que tinha pavor de avião foi obrigado a embarcar, em razão do falecimento dum parente.
Antigamente serviam-se as mais variadas bebidas, comidas, etc., uma baita mordomia.
A aeromoça, naquela época o nome se adequava e ela era realmente moça (na idade ...), notando os olhos arregalados do novel viajante, foi até sua poltrona e, gentilmente, ofereceu-lhe uma bebidinha, para relaxar.
- Por favor, um uísque - pediu o apavorado.
Veio o uísque dos bons (Drurys, dois meses e meio ...).
Mal ela virara as costas e o assustado pediu outra dose.
A terceira, a quarta e nada de se acalmar.
Vendo as possibilidades de o homem ficar bebum e aprontar, dado o estado emocional a moça sugeriu:
- Quem sabe o senhor come alguma coisa. Uísque no estômago vazio, pega mais do que pereba em perna de guri.
- Obrigado, mas prefiro beber, para ver se ferro no sono de vereda e não vejo nem a decolagem.
- Amigo, mas a empresa tem por norma não oferecer a quinta dose sem que o passageiro haja comido alguma coisa. Razões de segurança. O senhor pode pedir para comer o que preferir.
- Posso, mesmo, pedir o que quiser para comer?
- Sim, claro. Aqui o passageiro é quem comanda.
- Se é assim, quero comer a bunda do comissário! - falou bem alto, já meio enrolando a língua.
Fechou o tempo.
- Agora o senhor foi longe demais. É no que dá não saber a hora de parar com a bebida. Vou chamar o chefe dos comissários.
Foi lá, contou o sucedido e voltou acompanhada dum gaúcho de 1,90m, quase um metro de ombros, braços fortes, bigode de impor autoridade.
- Cidadão, por gentileza, sem escândalo, vim conversar sobre o incidente. Queira me acompanhar.
E conduziu o intimidado passageiro ao reservado.
Este, que não era bobo, vendo a estrutura física do comissário-chefe, não tugiu nem mugiu. Foi, pensando que iria levar uma sova, para aprender a não botar o nariz onde não era chamado.
Já onde os demais não viam nem ouviam, começou o interrogatório:
- O senhor pode confirmar o que falou para a comissária?
O homem era menor do que o grandalhão, em visível desvantagem, mas palavra de gaúcho é um tiro. Sem alternativa, repetiu:
- Eu quero comer o c. do comissário. Disse, repito e sustento.
- Se é assim, que se há de fazer.
O gauchão macho, bigodudo, de quase dois metros arriou as calças.
Mas fez um esclarecimento preliminar:
- Olha aqui, meu amigo, não hay gaúcho veado, e eu não sou gay.
E finalizou:
- Isto é apenas mais uma cortesia da VARIG!
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