Como se vê, no contraste com a soja, as árvores e o arroz, a grama está totalmente seca.
Aqui na Palma, a última frente fria trouxe apenas 3 mm.
Caso a próxima também falhe, os produtores terão um dos piores anos do seu trabalho.
Embora este seja um blog de aviação, a seca tem tudo a ver com nosso objetivo: se a lavoura está em crise, a aviação agrícola está junto. Se os lavoureiros sofrerem grandes prejuízos, todos estaremos sentindo os reflexos no bolso. Como avião só voa com dinheiro ...
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ESCLARE CIMENTO
Na semana passada não houve postagem, pois o "Lambe´Lambe" também é filho de Deus e tirou umas férias. Com cimento ou não, vale o esclare sobre a Resolução de Ano Novo, de postagens semanais, para deleite (condensado ... ???) de meus cinco leitores (leitoros, leitoras - segundo a nova grafia a ser imposta ... kkk)
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Para esquecer a seca, relembraremos algumas peripécias do
Deoclécio, O Peão Voador
No Aeroclube
Trotearam coisa de três quartos de hora até chegar ao
Aeroclube do Alegrete.
Arrumaram uma sombra, amarraram as
rédeas no tronco da árvore e saíram a procurar alguém que pudesse dar
informação sobre o “Curso prá Guiá Apareio”.
Atinar com o que fosse secretaria,
recepção, essas coisas, nem tossindo a vaca.
Nisso passa um Ipanema taxiando rumo à
pista.
O Deoclécio, seu amigo Eraclide, mais o cusco
Ventania desandaram numa carreira de assustar lebrão em lavoura de soja,
querendo alcançar o índio do “avião da uréia”. Decerto saberia dar alguma
informação sobre o tal de Curso.
O piloto reconheceu o bombachudo e o infalível
Ventania, cusco até bem treinado, que não preocupava mais quanto a
vir se meter na frente da hélice.
O Deoclécio também tinha lá sua experiência com esses “avião de
lavoura” e até ajudava a carregar uréia, azevém e o que precisasse, por isso
sabia que não se chega pela frente num avião com motor ligado.
Mas o recém-conquistado amigo só
entendia de lida de campo, pealar, curar bicheira, no máximo, aplicar vacina,
essas coisas, além de borracheira de bolicho e permanências na zona.
Quando o piloto parou na cabeceira,
para o cheque de decolagem, o desinfeliz
veio correndo, bem no rumo da hélice.
Ainda bem que o comandante teve uma
baita presença de espírito, deu toda a manete, freou a roda oposta à da
aproximação do maluco, o avião girou rapidamente e conseguiu abotoar um asaço na
orelha que não levara relho, lá no bolicho.
O Eraclide, esse era seu nome, desabou
na grama, com as melenas encharcadas pelo sangue que saía da orelha atingida.
Cortado o motor, todos foram socorrer o
desmaiado. Um pouco de água nas ventas, que quase todo o piloto carrega uma
garrafinha, e, de vereda, o índio arregalou uns olhos, como que não sabendo se
estava vivo ou morto.
- A la fresca, tchê! Eu devia era ter
te dado um outro relhaço lá no bolicho. Se é cosa que se faça? Se meter bem na
frente da héliz? Se o meu amigo não é ligero, agora tu tava virado era em
guisado prá lingüiça. E acho que nem seria de proveito: ia saltá um monte de
bosta dessa cabeça ...
O Deoclécio soltou uma gaiatada
daquelas ...
O outro não sabia onde se enfiar de
vergonha. O que lhe ocorreu foi:
- Bueno, peço desculpa, mas o que eu
queria era atacá o home, pra tu sabê essas coisa dos decumento. Vê no que deu
...
O piloto indagou do Deoclécio:
- Tu veio para encomendar algum serviço
lá na granja?
- Não, tchê. Eu vim pro Curso.
Nunca passaria pela cabeça do
experimentado aviador que um sujeito tipo o Deoclécio, grosso que nem pau de
tronqueira, sem ao menos haver concluído o primário, viesse a sonhar com vôos.
E o que fazer ou dizer, para não sensibilizar o homem? Não seria bobo de
irritar o peão. A orelha do outro, mais a alça de mira dum Smith 38 que
aparecia de leve por baixo da aba do
casaco eram suficientes para desencorajar qualquer discórdia ...
- Ah, mas então tu vai ter que voltar
depois das duas da tarde. A moça do Aeroclube foi à cidade, aos bancos,
correio, etc.
- Esperá eu espero, mas adonde consigo
bóia? Saco vazio não pára de impé, diz o ditado.
- Vamos combinar o seguinte: eu vou
fazer uma área aqui perto e, dentro duns quarenta minutos estou de volta. Vocês
me esperem lá na sombra.
E se foi para a cabeceira, decolando de
imediato, que não estava para esperar mais alguma aprontação.
O Deoclécio ao ver o Ipanema em vôo,
era um peão na doma, um tropeiro assobiando por um corredor, um homem com os
olhos cravados nas ancas da Conceição, um gaúcho feliz e realizado.
Já não sentia fome, não se irritava com
a demora, os contratempos. Dali a pouquito não ia se matricular no Curso de
Direção de Aparelho?
Isso bastava.
Não perca o próximo "capítalo", na próxima semana ...
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Para Verem como o Lambe-Lambe pilotava ...
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mas bahhhh...
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