domingo, 23 de fevereiro de 2025

JETSKY VOADOR

 Primeira Navegação após Carta de Arrais


   Não me perguntem quem era o piloto, quem fotografou, que avião era. Dizem que era um certo elemento que vivia cruzando o Sul do Brasil com uns tequinhos de fazer retrato ...




   Papiros encontrados à margem do RioYacuhy, comprovam que o recém-formado capitão de barco, com sua carta de Arrais estava sozinho nesta primeira navegação e ele mesmo fez os registros em daguerreótipo ...


    Notar que a embarcação tipo overkraft (é assim que se escreve, ou é com BIC?) estava abaixo do nível da torre de comando do "barcum areeirum". Houve troca de cumprimentos entre as tripulações. 
   
    Mais um encontro entre navegadores aquáticos. 


Ponte sobre o rio Yhacuy entre as cidades históricas de San Yeronimum e General Khamara. Nauqele tempo eram feitas  vistorias nos pilares das obras de engenharia. 
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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Carnaval de S. Vicente do Sul é Adiado Devido a Destelhamento do Hospital

   Ainda não há previsão da nova data.

       É uma medida acertada, pois, antes de tudo deve ser priorizada a saúde e a vida da população.

       Lazer e diversões podem esperar um pouco.

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Versinho do Dia

       A internet é um instrumento indispensável à vida moderna. Só que tem as suas desvantagens e problemas. Um deles o "cardume" de "Criadores de Conteúdo", sendo que boa parte nem tem conteúdo ...


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domingo, 16 de fevereiro de 2025

BRUXAS À SOLTA

     O objetivo do blog é falar sobre aviação com leveza e bom-humor. Noticiar acidentes, embora possa chamar mais seguidores, em princípio é chover no molhado pois as más notícias sempre andam muito rápido.

    Mas chega uma hora em que não se pode tapar o Sol com uma peneira: nas últimas semanas as zebras foram muitas, inclusive trágicas. 

    Aquela do avião que atropelou a caminoneta de manutenção ou seja lá do que fosse, poderia ter sido uma tragédia assustadora. Não ter havido danos aos tanques, com vazamento de combustível, foi algo que não tem explicação do ponto de vista meramente técnico. Os religiosos dirão que foi milagre, os místicos que foi sorte, mas estatísticamente, a probabilidade de ficar apenas em danos materiais era a menor delas. Felizmente foi a que aconteceu.

    Conheci o advogado gaúcho. Falamo-nos umas poucas vezes, mas era um guri gente boa, estudioso, sempre buscando evoluir profissionalmente. Meu contato maior era com seu pai, o qual tinha, com motivos, muito orgulho do filho.

    Mas a ceifeira não pergunta se é ou não a hora. 

    A pane veio no momento e hora mais críticos: logo após a decolagem, sobre área urbana. Duas mortes que poderiam ser muito mais por diferença de segundos. 

    Nesta semana um casal veterano também se foi, num avião experimental, ao que parece, confiável. 

    Fica no ar, porém, a pergunta: por que tantos acidentes, incidentes, tragédias, quase tragédias em sequência cronológica tão curta?

   Nenhum acidente acontece devido a uma única causa. Há todo um conjunto de fatores que contribuem para a ocorrência. Não sou perito aeronáutico e não tenho elementos para apontar os fatores que estão causando tanta zebra. Acontece que há que se tomar providências e rapidamente, para eliminar boa parte destes fatores que, somados, causam as desgraças. 

    Peguemos, de novo, a camioneta no meio da pista na hora da decolagem. Falha inconcebível. Pode a torre ter falhado, os operadores do veículo podem haver entendido mal o contato rádio ou sido feito por qualquer outra forma o fato é que até uma criança fica espantada com a capacidade humana de cometer erros grosseiros. 

    Foi levantada a hipótese de atentado, justamente pela enormidade e gravidade do erro. Acredito que não tenha sido o caso, mas é uma hipótese plausível. 

    Resta torcer para que as leis da estatística façam a compensação pelo tanto que já tivemos de acidentes, mortes, incidentes, erros, falhas e que essa sequência assustadora seja interrompida por um longo período de voos seguros, pois o avião, apesar dos acontecimentos vistos, continua sendo o meio de transporte mais seguro.

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    Para Desestressar um Pouco

domingo, 28 de março de 2021

O Ultraleve Kamikase do Pacheco

         

                        

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O ultraleve da aventura era desse tipo. Aqui, numa aproximação. Notar que vem quase na mesma altura dos pinus. Normalmente a gente colocava o nariz do "aparelho" entre os dois pinus e as asas passavam roçando ou realmente roçavam nas folhas mais altas. Não se sabe porque nunca houve um acidente gravíssimo nessas loucas aproximações. Ah, até pode ser que esse fosse o ultraleve kamikaze, mas não tenho certeza, pois estas fotos são de 1990.

 

https://1.bp.blogspot.com/-_cj98AiaFnE/YGDtkn1_NdI/AAAAAAAAIQM/NM73zY7CByMWnxgOO398mcg62iXyP1dbwCLcBGAsYHQ/w400-h265/Ml%2Bpousando%2Bno%2BPacheco.jpg

Essas fotos comprovam a loucura que era um pouso naquela pistinha de apenas 280 m, com uma rede de alta tensão na cabeceira oposta e esse malditos pinus na aproximação.

        


        Pois o Pacheco gostava muito de furungar nos seus “aparelhos”.  Se estivesse ruim, tinha que melhorar, se bom, tinha que revisar, se  estivesse excelente, tinha que abrir para ver como é que se fazia para deixar daquele jeito ...

 

         E mais futricava do que voava.

 

         Num belo dia encasquetou que o seu ML 200, 300, 400, 401, sei lá, estava com algum problema de carburação. E mãos à  obra.

 

         Desmontou o carburador, limpou, assoprou, regulou e tudo o mais  que uma furungação de respeito exige...

 

         Veio a hora da montagem que, para mim, é a pior de todas: como mecânico desmontador, até quebro o galho, mas como montador, sempre enfrento a famosa sobra de peças ...

 

         Pois o Pacheco era um futricador mais preparado: montou o  carburador e não sobrou peça. Infelizmente.

 

         Após montado, nada restava, senão colocar o carburador no ultraleve. Colocado, havia que testar o funcionamento.

 

         Como o aviãozinho ficara um bom tempo sem funcionar, a bateria se fora e o jeito era fazer pegar na manivela. O improvisado mecânico aeronáutico passou à categoria de relojoeiro:  dê-lhe corda ...

 

         O ML estava meio temperamental naquele dia e não queria pegar. Ou queria preservar o dono.

 

         Finalmente, quando o homem já estava com o braço que nem o do Popeye de tanto dar hélice, o ML pegou.

 

         Como todos sabem, neste tipo de avião, ao se dar hélice, fica-se numa posição bastante perigosa, entre a dita e o conjunto leme/profundor.  Pois foi nessa posição perigosa que o motor pegou a pleno, porque o novel especialista em carburação montara alguma coisa errada.

 

         Veio, então, a luta por segurar a cavalaria do motor, que, no caso tinha comido muito milho e estava com energia de sobra. Não deu outra: o avião foi mais forte e a traseira do ultraleve passou por cima do apavorado mecânico que, por pouco não foi arremessado contra a hélice girando a mil.

 

         Avião é feito para voar e foi o que aconteceu com o recém-consertado ultraleve. Horas e horas decolando, pousando, cruzando pelos céus, que, no subconsciente da máquina, ficam gravadas todas as dicas do piloto ou instrutor, e ninguém ignora que avião tem alma, vontade, temperamento ...

 

         Ganhou os céus de Gravataí o avião do Pacheco.

 

Mas não pensem que decolou de uma pista em meio a grande área deserta. O aeródromo além de curto, cercado de redes elétricas e árvores, ainda tinha a “vantagem” de estar rodeado por vilas na maior parte dos lados e,  num outro, pela obra da GM.

 

         Todos nós, pilotos, não resistíamos à tentação de ver o progresso da primeira fábrica de automóveis a se instalar no RS. Por isso o aviãozinho já sobrevoara várias vezes tal obra e, como ultraleve também é bicho curioso, mesmo sem piloto, o ML encasquetou de ver a montadora.

 

         Quando o Pacheco viu o avião rumando para aquelas bandas, dizem que foi um tal de pegar-se com todos os santos conhecidos e os que estão por ser canonizados. Se caísse nas instalações da multinacional, mesmo vendendo tudo o que tinha, o homem teria de reencarnar um montão de vezes, para pagar o prejuízo.

 

         Dê-lhe rezar.

 

         Ou por serem fortes as rezas, ou por ter quase todo o avião alguma tendência, o aeromodelo criado a Toddy começou a fazer uma curva.

 

         Vendo as preces atendidas, o Pacheco, homem reconhecido, começou a rezar pela graça alcançada.

 

         O solitário brinquedo voador curvando, curvando.

 

         Quando o fervoroso cristão abre os olhos, eis que um ultraleve kamikaze vinha na final dum mergulho certeiro e mortal.

 

         Que rezar, que nada. O Pacheco, mais o seu Oly, seu guarda-campo e guarda-sítio, correram para trás das colunas do hangar, na esperança de não serem atingidos diretamente pela mortífera aeronave.

 

         O guerreiro invisível sabia muito bem o que queria e prosseguia com os dois na alça de mira.

 

         Foi um tal de pedir perdão dos pecados, que os céus, donde vinha o perigo, tivessem piedade e acolhessem duas almas cristãs no paraíso.

 

         O Céu ou o Inferno deviam estar com problemas de superlotação e, uma providencial rajada de vento bateu no leme da máquina exterminadora.

 

         O ultraleve recém-regulado, com motor afinadíssimo, rendendo todos os hps possíveis foi, incrivelmente,  estatelar-se numa lavoura de cana a apenas 100 metros da pista, mas ainda dentro do sítio de seu piloto, sem causar qualquer dano a terceiros. Nem destruíra a GM, nem matara ou ferira os dezoito ocupantes de cada uma das casinhas ou barracos das vilas próximas.

 

         Dizem que depois desse susto o Pacheco furungava, mas, em carburador, nunquinhas.

 

         O referido é a mais pura verdade e dou fé.

Nota do Escrevinhador: o Pacheco agora anda revisando carburadores lá pelo Céu, pois lá não tem GM, pista curta ou vila superpopulosa nos arredores. E, se der problema, tem um monte de anjos para segurar um ML pela ponta das asas e trazê-lo de volta sem danos ...