Possibilidade de Grande Enchente na Região
terça-feira, 17 de junho de 2025
Impressionate Chuva em Curto Intervalo
domingo, 15 de junho de 2025
15 de junho de 2925
TEMPO
Várzea do Toropi já começa a ter algum alagamento. Como teremos mais 48 h de elevação das águas, certamente aí vem mais uma cheia.
E "dizque" segunda bate água de novo.
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BICHOS E HOMENS
Vilsom Jair Barbosa
Lá em Gênesis 1:27 a Bíblia diz que “criou Deus o homem à sua imagem e semelhança”.
E prossegue: “domine ele sobre os peixes do mar, sobre s aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”.
Não se assustem os meus três seguidores que não venho com pregação religiosa e pedido para que se convertam a esta ou aquela denominação, muito menos que venham a encher os bolsos dos Chapelões, Bispos, Malafaias, etc., etc.
Cito a Bíblia apenas como um contraponto inicial e reforço de meus argumentos sobre a revolta que a bicharada deve sentir ao ser dominada pelo pior dos animais – o ser humano.
E escrevo isto por causa dos recentes acontecimentos no Oriente Médio, lá onde a Bíblia foi escrita e onde nasceram e ainda vivem, ao menos parcialmente as “civilizações” judaico-cristãs.
Temos lá Israel bombardeando Faixa de Gaza e Irã. Irã respondendo e algumas nações, ditas cristãs, oferecendo ajuda a um dos lados, Israel.
E por que essa brigalhada entre os membros do mundo árabe (salientando que Israel e seus inimigos, na verdade provêm do mesmo tronco ancestral)?
O Irã há muito tempo quer fabricar suas próprias bombas atômicas. O resto do mundo já possuidor do mortífero armamento não quer de jeito nenhum que o país também tenha essa potente forma de dissuasão belicosa.
E aí começa a matança de inocentes. Crianças, mulheres, idosos, doentes, homens e, até militares ...
Agora, faço um pergunta: alguém conhece alguma animal predador, leão, onça, tubarão, sucuri, qualquer espécie que dependa do ataque a outro animal vivo para sobreviver que haja como os homens, matando muito mais do que o que baste para a momentânea sobrevivência?
Quanto eu saiba, um lobo sai em matilha para caçar, mas nunca fazem extermínio coletivo dum rebanho de alces, gnus, etc. Pegam apenas o necessário para seu alimento naquele momento. O leão, a onça e tantos outros agem da mesma forma. Isto porque os bichos (que não são racionais – segundo dizem) sabem que se exterminarem com os componentes da sua cadeia alimentar, em breve eles, os predadores, também serão exterminados. Simples assim.
Os racionais, porém, desde muito desenvolvem máquinas de morte e extermínio, não para garantir alimento, mas por mera ganância, sede de poder, fanatismo político e religioso, todos demonstrações da faceta maligna do dominador de todos os irracionais.
A própria Bíblia prevê o final catastrófico deste mundo.
Infelizmente tem completa razão. A humanidade caminha para seu fim a passos de gigante e cada vez mais acelera o passo.
Enquanto milhões morrem de fome por falta de comida, água, saneamento, os “donos do mundo” gastam muito mais do que seria necessário para socorrer as necessidades destes povos com armamentos, aviões, mísseis, bombas, navios, submarinos, etc.
Conhecem algum bicho que desenvolva máquina de morte para matar outro bicho?
A internet está cheia de vídeos onde o predador quebra a cara.
É leão, tigre e pantera que morrem nos chifres de búfalos e outros “almoços” deles.
Mas nunca vi caso de animal usando uma simples faca, um pedaço de pau, uma pedra para matar outro.
E o homem dominará sobre todos os animais ...
Tem horas em que a vontade é de que haja uma baita reviravolta e que a bicharada tome conta deste mundão sem jeito.
Talvez se os tigres e outras feras conseguissem um jeito de ir comendo um tirano, um fanático, um louco, um megalomaníaco por dia, a humanidade conseguisse voltar ao que estava nos planos do seu Criador.
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Crônica para Descontrair
Fará parte do Livro que será lançado ainda este ano sobre as vivência do Vilsom "Lambe-Lambe-Retratista" BARBOSA no mundo da aviação leve, geral, experimental, etc. ...
O
ULTRALEVE KAMIKASE DO PACHECO
Pois o Pacheco gostava muito de furungar nos seus “aparelhos”. Se estivesse ruim, tinha que melhorar, se bom, tinha que revisar, se estivesse excelente, tinha que abrir para ver como é que se fazia para deixar daquele jeito ...
E
mais futricava do que voava.
Num
belo dia encasquetou que o seu ML 200, 300, 400, 401, sei lá, estava com algum
problema de carburação. E mãos à obra.
Desmontou
o carburador, limpou, assoprou, regulou e tudo o mais que uma
furungação de respeito exige...
Veio
a hora da montagem que, para mim, é a pior de todas: como mecânico desmontador,
até quebro o galho, mas como montador, sempre enfrento a famosa sobra de peças
...
Pois
o Pacheco era um futricador mais preparado: montou o carburador e
não sobrou peça. Infelizmente.
Após
montado, nada restava, senão colocar o carburador no ultraleve. Colocado, havia
que testar o funcionamento.
Como
o aviãozinho ficara um bom tempo sem funcionar, a bateria se fora e o jeito era
fazer pegar na manivela. O improvisado mecânico aeronáutico passou à categoria
de relojoeiro: dê-lhe corda ...
O
ML estava meio temperamental naquele dia e não queria pegar. Ou queria
preservar o dono.
Finalmente,
quando o homem já estava com o braço que nem o do Popeye de tanto dar hélice, o
ML pegou.
Como
todos sabem, neste tipo de avião, ao se dar hélice, fica-se numa posição
bastante perigosa, entre a dita e o conjunto leme/profundor. Pois
foi nessa posição perigosa que o motor pegou a pleno, porque o novel
especialista em carburação montara alguma coisa errada.
Veio,
então, a luta por segurar a cavalaria do motor, que, no caso tinha comido muito
milho e estava com energia de sobra. Não deu outra: o avião foi mais forte e a
traseira do ultraleve passou por cima do apavorado mecânico que, por pouco não
foi arremessado contra a hélice girando a mil.
Avião
é feito para voar e foi o que aconteceu com o recém-consertado ultraleve. Horas
e horas decolando, pousando, cruzando pelos céus, que, no subconsciente da
máquina, ficam gravadas todas as dicas do piloto ou instrutor, e ninguém ignora
que avião tem alma, vontade, temperamento ...
Ganhou
os céus de Gravataí o avião do Pacheco.
Mas
não pensem que decolou de uma pista em meio a grande área deserta.
O aeródromo além de curto, cercado de redes elétricas e árvores,
ainda tinha a “vantagem” de estar rodeado por vilas na maior parte dos lados
e, num outro, pela obra da GM.
Todos nós, pilotos, não
resistíamos à tentação de ver o progresso da primeira fábrica de automóveis a
se instalar no RS. Por isso o aviãozinho já sobrevoara várias vezes tal obra e,
como ultraleve também é bicho curioso, mesmo sem piloto, o ML encasquetou de
ver a montadora.
Quando
o Pacheco viu o avião rumando para aquelas bandas, dizem que foi um tal de
pegar-se com todos os santos conhecidos e os que estão por ser canonizados. Se
caísse nas instalações da multinacional, mesmo vendendo tudo o que tinha, o
homem teria de reencarnar um montão de vezes, para pagar o prejuízo.
Dê-lhe
rezar.
Ou
por serem fortes as rezas, ou por ter quase todo o avião alguma tendência, o
aeromodelo criado a Toddy começou a fazer uma curva.
Vendo
as preces atendidas, o Pacheco, homem reconhecido, começou a rezar pela graça
alcançada.
O
solitário brinquedo voador curvando, curvando.
Quando
o fervoroso cristão abre os olhos, eis que um
ultraleve kamikaze vinha na final dum mergulho certeiro e mortal.
Que
rezar, que nada. O Pacheco, mais o seu Oly, seu guarda-campo e guarda-sítio,
correram para trás das colunas do hangar, na esperança de não serem atingidos
diretamente pela mortífera aeronave.
O
guerreiro invisível sabia muito bem o que queria e prosseguia com os dois na
alça de mira.
Foi
um tal de pedir perdão dos pecados, que os céus, donde vinha o perigo, tivessem
piedade e acolhessem duas almas cristãs no paraíso.
O
Céu ou o Inferno deviam estar com problemas de superlotação e, uma providencial
rajada de vento bateu no leme da máquina exterminadora.
O
ultraleve recém-regulado, com motor afinadíssimo, rendendo todos os hps
possíveis foi, incrivelmente, estatelar-se numa lavoura de cana a
apenas 100 metros da pista, mas ainda dentro do sítio de seu piloto, sem causar
qualquer dano a terceiros. Nem destruíra a GM, nem matara ou ferira os dezoito
ocupantes de cada uma das casinhas ou barracos das vilas próximas.
Dizem
que depois desse susto o Pacheco furungava, mas, em carburador, nunquinhas.
O
referido é a mais pura verdade e dou fé.
Nota
do Escrevinhador: o Pacheco agora anda revisando carburadores lá pelo Céu, onde
não tem GM, pista curta ou vila superpopulosa nos arredores. Se der problema,
tem um monte de anjos para segurar um ML pela ponta das asas e trazê-lo de
volta sem danos ...
domingo, 8 de junho de 2025
Sobre esta fria manhã de domingo - e o causo de um certo pouso - 08-06-2025
https://blog-do-vilsom-barbosa.blogspot.com/2025/06/pajadinha-sobre-esta-fria-manha-de.html
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Mais um História do Livrinho que Sairá em Breve ... (Quando?)
O
Pouso Perfeito
Todo
o mundo sabe que um bom piloto é aquele que sabe pousar bem. Tem sujeito
corajoso, pé-e-mão uma barbaridade, prudente quando necessário, possuidor de
excelentes conhecimentos teóricos e práticos, experiente e cheio de outras
qualidades que, no entanto, põe tudo a perder na hora do pouso.
Assim,
a gente vive tentando melhorar, fazer aquele pouso perfeito, que é conseguido
quando a gente põe o avião no chão sem que ninguém note, inclusive o piloto.
Pessoalmente
sempre gostei de praticar pousos. Voar para mim é muito gostoso, posso ficar no
comando horas e horas, mas se não me deixarem fazer ao menos um pouso, fico
frustrado. Como é gratificante a gente fazer o famoso manteiga, deixar todo o
mundo babando e sair, assim meio desligado, fazendo de conta que aquilo é a
coisa mais normal do mundo, que sempre acontece ...
Até
que aprendi e fiz muitos pousos em pistas críticas ou até fora de qualquer tipo
de pista, sem danos ou com danos mínimos.
Há
porém experiências que nos marcam.
Tinha
que fazer um traslado que também incluía a travessia do Guaíba e andar mais um
bocado no rumo oeste. Para a aviação normal, variações de vento até que não
atingem tanto o piloto, pois normalmente se decola de boas pistas, com aviões
pesados, menos sensíveis e logo se vai
para as grimpas do céu onde as turbulências são menores. Agora, para
ultraleveiros é uma desgraça. Se uma vaca dá um peido quando tu estás
sobrevoando o bicho, lá temos uma asa subindo violentamente ... Um leve brisa cria uma turbulência orográfica
que nos afrouxa até as unhas, de tanto sacudir. Mas é a opção ...
Pois
bem, já decolei com um Noroeste caborteiro, ventinho quente, manhoso,
amolecedor de comandos, traiçoeiro, perigoso ... Mas tinha que voar e lá me fui
brigar com as turbulências.
Saí
de Itapuã aproei um pouco à direita do
circuito de tráfego de Belém Novo, o que me levava para uns morros duns
seiscentos pés, perfeitamente indicados para me recepcionar com um rotor, já
que o Noroeste vinha do outro lado dos tais morros.
Justamente
quando me aproximava da zona de turbulência, aparece um ruído todo estranho,
tipo hélice frouxa ou alguma peça do motor roçando em algo.
Com
a garganta totalmente seca e a testa totalmente molhada dei um jeito de rumar a
Belém Novo, coisa duns cinco minutos e torcer para não perder a hélice, o
motor, sabia lá ...
Interiormente
ressequido e exteriormente ensopado, fiz a aproximação de emergência e me fui
para o pouso, numa pista de asfalto, com uma pandorga e vento de través. Estava
bem arrumado.
Mas
o que se aprende bem, nunca se esquece. Com pane ou não, pouso era pouso e não
havia necessidade de atirar o aparelho no chão, pois, para um ultraleve, Belém
Novo é um mundão de pista.
Assim,
caprichei, mas nada de tocar.
E
dê-lhe comer pista.
Pensei
com meus botões: “Mesmo com essa imensidade de pista, se continuar flutuando
desse jeito, vou furar.”
Comecei
a ceder o manche, fiz até uma pequena arte e tirei uns graus de flape, com
cuidado.
E
sempre flutuando.
Quem
disse que ouvia o gritinho do toque dos pneus no asfalto?
Aí
me envaretei e, com muito jeito fui cedendo o manche, até chegar quase ao
espetamento, mas nada do toque.
A
estas alturas o Netuno já devia estar pensando: “O que deu nesse idiota, que
sempre pousou tão bem. Vai ser boca-aberta prá lá! Tocou bem no início da pista
e já faz uma eternidade que continua tentando pousar...”
Mesmo com o pavor da pane, instintivamente
fizera tudo certo, mas tão certo, que os pneus tocaram tão suavemente o asfalto
que fiz o papel de marido traído: o último a saber que já pousara.
Quanto
à pane, mais uma vez o magnetozinho fora pro saco, se desmanchara por dentro.
Ainda bem que não entrou em curto e não me toca fogo no ‘aparelho’.
Aí,
só de birra voei uns dois anos só na bateria (duas bem carregadas), vendi o
Netuno, que ficou dois anos com o Franzen, recomprei e a primeira coisa que fiz
foi retirar o magneto e voltar para as baterias. Sabem como é, quanto menos
peça girando, melhor.
E
voei mais um ano e meio até vender o ‘Marimbondo’.